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ANÁLISE: O ENSINAMENTO CRISTÃO A RESPEITO DE JULGAR E NÃO JULGAR

Paramentos Litúrgicos

O ENSINAMENTO CRISTÃO A RESPEITO DE JULGAR E NÃO JULGARPessoas fazem julgamentos todo dia sobre o que seja certo ou errado; quem está certo ou errado e contra cidadãos que violam a lei. Sendo isso verdade em matérias temporais, muito mais assim deverá ser no tocante a matérias espirituais, as coisas de Deus.

A palavra de Deus, tal como revelada na Bíblia Católica e Tradição Apostólica, deve ser tomada no próprio contexto. Um fragmento ou versículo pode aparentemente negar outro se ambos não são tomados no próprio contexto. NOSSO SENHOR DISSE, “NÃO JULGUEIS, E NÃO SEREIS JULGADOS.” (MT. 7, 1) MAS ELE TAMBÉM DISSE: “NÃO JULGUEIS PELA APARÊNCIA, MAS JULGAI CONFORME A JUSTIÇA.” (JO. 7, 24) JESUS CLARAMENTE ENSINA QUE OS CATÓLICOS SÃO OBRIGADOS A FAZER JULGAMENTOS. PORTANTO, JESUS NÃO ESTÁ CONDENANDO TODOS OS JULGAMENTOS.

Jesus ensina, em muitas outras passagens, que os católicos devem julgar o que é pecado, quem é um pecador e admoestá-los. “Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe.” (Lc. 17, 3) Isso requer que um católico faça dois julgamentos: um, a fim de saber quando seu irmão peca de forma a reprová-lo; dois, a fim de saber quando seu irmão tem se penitenciado o suficiente no intuito de perdoá-lo. São Paulo diz que católicos devem “repreender, ameaçar, exortar” (II Tim. 4, 2) e “com brandura que deve corrigir os adversários, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da verdade” (II Tim. 2, 25). A fim de que os católicos possam repreender, ameaçar e exortar, eles devem fazer julgamentos.

Os dois atos espirituais de misericórdia (converter e admoestar) o pecador requerem que os católicos façam julgamentos. Como se conhecer quem deva ser convertido e ser admoestado se julgamentos não sejam feitos? São Paulo diz, “Rogo-vos, irmãos, que desconfieis daqueles que causam divisões e escândalos, apartando-se da doutrina que recebestes. Evitai-os!” (Rm. 16, 17). Como católicos marcarão aqueles que causam ofensas contrárias à doutrina e os evitarão se eles não podem fazer julgamentos, não somente a respeito do pecado, mas também pecadores, de forma a evitá-los? Assim, nós vemos que católicos devem não somente condenar a heresia, mas devem denunciar os heréticos que ensinam-na e também evitá-los. Se católicos não fazem julgamentos condenando o pecado e denunciando pecadores quando eles são obrigados a fazê-lo, eles compartilham a culpa do pecado e do pecador pela omissão.

Papa Leão XIII, Inimica Vis: “Um erro que não é resistido é aprovado; uma verdade que não é defendida é suprimida… Aquele que não se opõe a um evidente crime está aberto à suspeição de cumplicidade secreta”.

Todos os católicos, mesmo os leigos, são obrigados a denunciar livros maus. Essa obrigação envolve o completo destino de suas almas e outras almas. São Paulo menciona essa obrigação em sua epístola aos Romanos:

“Rogo-vos, irmãos, que desconfieis daqueles que causam divisões e escândalos, apartando-se da doutrina que recebestes. Evitai-os! Esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio ventre. E com palavras adocicadas e linguagem lisonjeira enganam os corações simples.” (Rm. 16, 17-18)

Portanto, a obrigação católica de denunciar livros maus é uma prova que todos os católicos devem fazer julgamentos a respeito de heresia e heréticos. Eles devem julgar o que é heresia e condenar como heresia. E eles devem julgar livros que contêm heresia e denunciá-los como heréticos. E eles devem julgar os autores como heréticos e denunciá-los como heréticos.

Quais julgamentos, então, Jesus condena quando Ele diz: “Não julgueis, e não sereis julgados.” (Mt. 7, 1)?

Jesus condenou julgamentos imprudentes baseados apenas na aparência, e julgamentos injustos que não se ajustam ao crime.

“Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça.” (Jo. 7, 24) Em primeiro lugar, Ele diz “Não julgueis…”, mas qualifica-o dizendo “pela aparência” e então ensina julgamentos justos que devem ser feitos: “julgai conforme a justiça”. “Não censures ninguém antes de estares bem informado; e quando te tiveres informado, repreende com equidade.” (Eclo. 11, 7)

Católicos devem corretamente julgar homens com a esperança de que se arrependam. Jesus condenou julgamentos que não deixam lugar para a misericórdia ou arrependimento.

Houve quem não acreditasse que católicos caídos pudessem ser perdoados de seus pecados e reingressarem na Igreja, e isso é um julgamento sem misericórdia. A Igreja condenou esses homens sem-misericórdia.

Jesus condena todos os que não perdoam os outros depois que eles confessaram seus pecados e fizeram penitência.

“Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: Estou arrependido, perdoar-lhe-ás.” (Lc. 17, 3-4) “Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados.” (Mc. 11, 26)

Perdoar um homem antes que ele se arrependa, antes que ele confesse seu pecado e faça penitência é não somente sem sentido, mas uma afronta à justiça e misericórdia de Deus. Não perdoar um homem que se arrependeu, confessou seus pecados, e fez penitência é também uma afronta à misericórdia e justiça de Deus que ficou satisfeito com o pecador. “Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe” (Lc. 17, 3), significando que somente então pode ele ser perdoado do pecado que cometeu e tratado como tal pelos católicos. Até que ele se arrependa, o pecador deve ser reprovado, admoestado e condenado, se seus pecados são mortais.

Jesus condenou julgamentos vindicativos que têm alegria nas faltas e pecados alheios:

“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (Mt. 7, 3-5)

Jesus não está dizendo que os homens não podem reprovar outros, mas que devem primeiro remover seus próprios pecados mortais e que somente então poderão ver claramente de forma a julgar os outros com justiça.

Pecadores públicos obstinados e que não expressam arrependimento devem ser duramente reprovados e evitados até que eles se arrependam e que se submetam a julgamento.

“Mas eu simplesmente quis dizer-vos que não tenhais comunicação com aquele que, chamando-se irmão, é impuro, avarento, idólatra, difamador, beberrão, ladrão. Com tais indivíduos nem sequer deveis comer.” (I Cor 5, 11)

UM JULGAMENTO DEVE SER FEITO, NÃO SOMENTE CONTRA O PECADO, MAS TAMBÉM O PECADOR NO INTUITO DE SABER COM QUEM ESTAMOS LIDANDO. ACIMA DE TUDO, JULGAMENTOS DEVEM SER FEITOS CONTRA AQUELES QUE NEGAM A FÉ CATÓLICA. SÃO PAULO ENSINA: “MAS, AINDA QUE ALGUÉM – NÓS OU UM ANJO BAIXADO DO CÉU – VOS ANUNCIASSE UM EVANGELHO DIFERENTE DO QUE VOS TEMOS ANUNCIADO, QUE ELE SEJA ANÁTEMA.” (GL. 1, 8) PORTANTO, CATÓLICOS SÃO OBRIGADOS A JULGAR COMO ANÁTEMA AQUELES QUE PREGAM UM OUTRO EVANGELHO. “EXAMINAI-VOS A VÓS MESMOS, SE ESTAIS NA FÉ. PROVAI-VOS A VÓS MESMOS.” (II COR. 13, 5)

São João Crisóstomo: “Não julgueis, e não sereis julgados” (Lc. 6, 37). O que isso significa? Estamos impedidos de denunciar aqueles que pecam? Por que, então, Paulo diz: “Repreende, ameaça, exorta!” (II Tim. 4, 2), e “Aos que faltam às suas obrigações, repreende-os diante de todos, para que também os demais se atemorizem.” (I Tim. 5, 20)? … Pois se o mestre não corrige o servo, e a senhora a empregada, e o pai o filho, e o amigo seu amigo, tudo seria ruim … E a menos que nós corrijamos nossos inimigos também, nós nunca deveremos pôr um fim à inimizade, e tudo estaria de cabeça para baixo. Vamos, portanto, cuidadosamente estudar o significado do que é dito aqui, de forma que ninguém possa pensar que os remédios de nossa salvação sejam realmente leis da desordem e confusão. Pois Nosso Senhor tornou tão claro quanto se segue àqueles que possuem entendimento, a perfeição dessa lei, dizendo: “tira primeiro a trave do teu olho” (Lc. 6, 42). Vemos como Ele não nos proíbe de julgar. Manda-nos, primeiramente, remover a trave do olho. E, então, somente corrigir as faltas dos outros”.

São Vicente de Paula: “Verdadeira prudência cristã nos faz julgar as coisas como Jesus Cristo julgou-as, e a falar e agir como ele agiu”.

Santo Irineu de Lyon: “Julgue aquele que produz cismas e quem procura sua própria vantagem em vez da unidade da Igreja. Julgue também aqueles que estão fora das amarras da verdade, nomeadamente: aqueles que estão fora da Igreja.”

“O caminho dos pecadores é calçado de pedras unidas, mas ele conduz à região dos mortos, às trevas e aos suplícios.” (Eclo. 21, 11) “Como o reflexo do rosto na água, assim é o coração do homem para o sábio.”(Pr. 27, 19) Mesmo os imprudentes podem saber muitas coisas que estão nos corações dos homens, mas o sábio, fiéis católicos, podem conhecer até coisas profundas que estão nos corações dos homens. “A alma de um santo homem descobre às vezes melhor a verdade que sete sentinelas postas em observação numa colina.” (Eclo. 37, 18) Católicos em um estado de graça têm o espírito de Cristo, o Espírito Santo neles residindo; assim, eles podem julgar as profundas coisas nos corações dos homens se os crimes dos pecadores lhes são manifestos: “Os pecados dos homens às vezes são conhecidos já antes de levados a juízo; outras vezes o serão depois.” (I Tim. 5, 24) “pode dissimular seu ódio sob aparências, e sua malícia acabará por ser revelada ao público.” (Pr. 26, 26)

Bons católicos fazem verdadeiros julgamentos baseados em motivos espirituais, não em motivos carnais: “O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém. Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.” (I Cor. 2, 15-16) E, às vezes, por especial revelação de Deus, católicos podem julgar até as coisas secretas nos corações humanos.

Um homem pode saber o que está no coração de outro homem se as obras e palavras desse homem forem públicas. Por causa dos pecados secretos dos homens escondidos de outros, e mesmo de si, um católico nunca pode saber certamente se ele ou qualquer outro católico está em estado de graça, a não ser por especial revelação. “quem pode, entretanto, ver as próprias faltas?

Purificai-me das que me são ocultas.” (Sl. 18, 13) “Perscrutai-me, Senhor, para conhecer meu coração; provai-me e conhecei meus pensamentos. Vede se ando na senda do mal, e conduzi-me pelo caminho da eternidade.” (Sl. 138, 23-24) “De nada me acusa a consciência; contudo, nem por isso sou justificado. Meu juiz é o Senhor.” (I Cor. 4, 4)

Católicos devem rejeitar e condenar pessoalmente quem quer que e o que quer que a Igreja Católica rejeita e condena; não somente o pecado, mas também o pecador que o comete. Para o pecado existir, é necessário um veículo: o homem. Jesus ensina aos homens como julgar os corações dos homens:

“Ouvi e compreendei. Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dele. Eis o que mancha o homem. Então se aproximaram dele seus discípulos e disseram-lhe: Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram? Jesus respondeu: Toda planta que meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala. Tomando então a palavra, Pedro disse:

Explica-nos esta parábola. Jesus respondeu: Sois também vós de tão pouca compreensão? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao ventre e depois é lançado num lugar secreto? Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias.” (Mt. 15, 11-19)

Jesus afirma que, quando qualquer desses crimes é cometido, procede do coração. Assim, se um católico vê alguém deliberadamente cometer um desses crimes, deve condenar o pecado e denunciar o pecador que o comete, porque o pecado vem do coração do pecador. Nosso Senhor ensina:

“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio”. (Lc. 6, 45)

Portanto, homens podem conhecer o que está no coração de outro homem, se suas palavras ou ações são públicas. Nosso Senhor conta aos homens como julgar entre uma árvore boa e uma árvore má. "Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto bom, ou dizeis que é má e seu fruto, mau; porque é pelo fruto que se conhece a árvore." (Mt. 12, 33) “O cuidado aplicado a uma árvore mostra-se no fruto; assim a palavra manifesta o que vai no coração do homem”. (Eclo. 27, 7) Jesus ensina que os homens são julgados pelas suas palavras. “É por tuas palavras que serás justificado ou condenado”. (Mt. 12, 37) Nosso Senhor julga até homens culpados que tenham falado palavras ociosas, palavras que realmente não pretendiam, usadas na ignorância, estupidez ou raiva. “Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido”. (Mt. 12, 36)

São João Batista julgou os corações dos fariseus e saduceus afirmando que eram indignos até que eles trouxessem bons frutos de penitência. “Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência”. (Mt. 3, 7-8)

São Paulo julgou o coração de Simão, o Mago, como não correto. “Não terás direito nem parte alguma neste ministério, já que o teu coração não é puro diante de Deus.” (At. 8, 21) Ele também julgou o coração de Ananias, que Deus confirmou matando Ananias por seu crime. “Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo?” (At. 5, 3)

São Paulo julgou os corações dos homens como sendo impenitentes e sob a ira de Deus. “Mas, pela tua obstinação e coração impenitente, vais acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2, 5).

Fez ver (portanto, julgou) que os corações, antes do batismo, se acham na escuridão e pertencem a Satã. “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes”. (Ef. 5, 8)

São Paulo julgou e condenou qualquer homem que ensinasse qualquer outro evangelho, no passado, presente e futuro. “Mas, ainda que alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.” (Gl. 1, 8)

Os escolhidos por Deus na era do Antigo Testamento, e por Jesus Cristo e seus Apóstolos e sua Igreja Católica sob o Novo Testamento, ensinam que os homens podem e devem julgar corações quando os crimes são manifestos (públicos). Dizer que os homens não podem julgar os corações de outros homens é contrário ao senso comum, é chamar Deus de mentiroso, fazer uma zombaria de Sua graça, e deixar os homens órfãos de forma que não houvesse caminho para os homens de boa índole saber se estão em um estado de danação. Se você não julga justamente, isto é, o que significa a necessidade de condenar não-católicos e católicos que publicamente cometem pecados mortais, então também você deverá ser julgado, da mesma forma, como alguém que merece condenação.

Não podemos dizer com toda segurança se um indivíduo está no inferno, a menos que seja por revelação especial de Deus. Deve-se, porém, presumir que um homem esteja no inferno se nessa vida não mostrou frutos dignos de arrependimento ou conversão. Isso é como a Igreja julga tal homem, proibindo-lhe sepultura católica, ou orações públicas, sendo assim, portanto, que também os católicos devem julgá-lo.

Católicos podem e devem saber qual o gênero de pessoas que são condenados ao inferno: aqueles que comparecem diante de Deus (juízo particular) como não católicos (tendo morrido adorando falsos deuses ou praticando falsas religiões) e católicos culpados de pecado mortal. A Igreja infalivelmente ensina o julgamento de Deus que paira sobre todos aqueles que morrem como não católicos, que é a danação eterna.

Papa Pio X, A Sagrada Congregação da Propagação da Fé, 1907: Em resposta à questão se Confúcio podia ter sido salvo, escreveu: “Não é permitido afirmar que Confúcio foi salvo. Cristãos, quando interrogados, devem responder que aquele que morre como infiel está danado”.

Católicos, sob pena de heresia, devem professar o mesmo: todos que morrem como não católicos, é de presumir que estejam condenados. Entre aqueles que morrem como não católicos, estão aqueles que nunca pertenceram à Igreja Católica e aqueles que o fizeram, mas deixaram ou estavam fora da Igreja.

Papa Pio XI, Mortalium Animos: “Só… a Igreja Católica é a que retém o verdadeiro culto. Aqui está a fonte da verdade, este é o domicílio da Fé, este é o templo de Deus: se alguém não entrar por ele ou se alguém dele sair, está fora da esperança da vida e salvação.”

A menos que haja explícita evidência de que um não católico entrou na Igreja Católica antes de morrer, ele é classificado pela Igreja como infiel, sendo privado de sepultura eclesiástica, além do que católicos não podem rezar publicamente por ele. O mesmo se aplica a católicos que notória e publicamente viveram em pecado mortal e morreram sem qualquer sinal de arrependimento.

Código de Direito Canônico de 1917: “c. 1240 As seguintes pessoas são privadas de enterro eclesiástico, a menos que elas tenham antes de morrido dado alguns sinais de arrependimento:

(1) Apóstatas notórios da fé cristã, notórios aderentes de uma seita herética ou cismática, ou da ordem maçônica ou outras sociedades da mesma natureza; (2) pessoas excomungadas ou interditadas por sentença condenatória ou declaratória; … (6) outros pecadores públicos e manifestos.”

Papa Gregório, o Grande: “Há a mesma razão para não rezar então para homens condenados ao fogo que nunca se paga, como há agora para não rezar pelo demônio e seus anjos que estão sentenciados à punição eterna, e por essa razão os santos rezam não pelos mortos descrentes e homens maus, porque, certamente, conhecendo-os estar já condenados à punição eterna, eles recuam de implorar por eles pelo mérito de suas preces antes que eles sejam reunidos à presença do justo Juiz. … Nós não podemos rezar mais por infiel morto do que para o demônio, já que eles estão condenados à mesma eterna e irrevogável danação”.

Se um não católico se converteu e entrou para a Igreja Católica em seu leito de morte, então Deus asseguraria que pelo menos um católico testemunhasse isso de forma a tornar público. Deus nunca abandonaria um homem de boa índole que se converteu justamente antes de sua morte de forma que houvesse pelo menos uma testemunha a tornar manifesto a outros sua conversão, num assunto dessa capital importância.

O mesmo se aplica a um católico que se arrependeu de seus pecados públicos mortais antes da morte. A justiça e misericórdia de Deus não privariam uma alma que estivesse no purgatório de orações necessárias. Deus finalmente tornaria manifesto o que está em segredo a fim de que católicos conhecessem a disposição de almas que são realmente salvas, embora inicialmente listadas entre os infiéis.

“Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.” (Mc. 4, 22) “Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta.” (Lc. 8, 17) “Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados.” (Lc. 12, 2-3) “os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós.” (I Cor. 14, 25).

 

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