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Como será o encontro de oração entre Papa Francisco, Abbas e Peres, no Vaticano?

Paramentos Litúrgicos

O Vaticano está se preparando para um encontro especial neste domingo de Pentecostes. A casa do Santo Padre – tal e como ele afirmou em sua recente viagem à Terra Santa – acolherá os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas, para rezarem pela paz.

Os dois presidentes vêm ao Vaticano no domingo com 15-20 minutos de intervalo. Um chegará em torno das 18h15 e outro às 18h30. O Papa os receberá na entrada da Casa Santa Marta, e terá uma breve conversa com cada um deles separadamente. Isso foi o que explicou ontem (6) o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, em uma coletiva de imprensa com o padre Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa, para fornecer detalhes sobre o desenvolvimento da celebração.

Estará presente na oração também o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, que chega a Roma hoje, sábado. No domingo de manhã Bartolomeu celebrará a solenidade de Pentecostes na Igreja de São Teodoro no Palatino, que a diocese de Roma colocou à disposição da comunidade greco-ortodoxaO Santo Padre e os dois presidentes se encontrarão no hall de Santa Marta e junto com eles estará o patriarca. Sairão de Santa Marta e irão juntos, de carro, ao lugar da celebração. O lugar escolhido é um espaço localizado dentro do Vaticano, entre a Casina Pio IV e a área dos Museus Vaticanos. O carro vai parar perto do lugar e caminharão juntos até os seus assentos.

O início do encontro de oração pela paz está previsto para as 19h, com uma abertura musical. Em uma breve introdução em inglês se explicará o desenvolvimento do encontro. A oração terá três momentos e uma conclusão. Seguindo uma “ordem cronológica”, o primeiro momento será dedicado ao judaísmo, o segundo ao cristianismo e o terceiro ao islã. Em cada um deles, haverá tempo dedicado à oração e à música. Na parte conclusiva intervirá o Santo Padre e fará a sua invocação pela paz. Em seguida, convidará ambos os presidentes a fazerem também esta invocação. Em primeiro lugar o fará o presidente Peres e depois o presidente Abbas. As intervenções serão seguidas de um aperto de mãos como um gesto de paz, com também a participação do patriarca ecumênico. Para fechar este momento, o Papa acompanhará os dois presidentes para plantar uma oliveira.

Na conclusão da celebração, os quatro permanecerão juntos e passarão as delegações para cumprimenta-los. Em seguida irão para a Casina Pio IV para um encontro privado entre eles. Finalmente os dois presidentes deixarão o Vaticano enquanto o patriarca e o Santo Padre voltarão à Santa Marta.

O sentido deste encontro "é um momento de invocação e oração para pedir a paz". Considera-se uma “pausa da política”, esclareceu o padre Pizzaballa.

Por outro lado, observa que não se deve esperar que depois deste encontro chegue a paz à Terra Santa, mas sim pode ser considerado um gesto forte. “A paz não se faz somente nos corredores da política, também fora", diz ele.

O Custódio afirma que a oração que será realizada neste domingo tem a mesma estrutura no tempo dedicado a cada religião. Para as três haverá uma oração pela criação, uma oração de petição de perdão e uma oração pela paz. Também haverá leituras de Textos Sagrados de cada religião, assim como orações escritas para a ocasião.

A intervenção dos presidentes são invocações à paz, não discursos, especificou o padre Pizzaballa. E também esclarece que "não é uma oração inter-religiosa. É um encontro de invocação à paz dos povos israelense e palestino". Além disso, há transparência absoluta: todos sabem o que os outros dirão.

Ainda estão sendo definidas as listas completas das delegações. Mas afirmam que não serão mais do que 15-20 pessoas em cada delegação. Sim está confirmada a presença do rabino Abraham Skorka e do líder muçulmano Omar Abboud, amigos de Francisco, com os quais protagonizou o abraço no muro das lamentações na recente viagem à Terra Santa. Por outro lado, o Custódio matizou que não é possível fazer um ato litúrgico como tal comum das várias religiões. É uma invocação à paz, e “não se reza juntos, mas se está juntos para rezar”, afirmou.

 

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