Artigos/Curiosidades

GESTOS LITÚRGICOS – ANÁLISE DA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
É muito comum nos pegarmos observando as pessoas, principalmente quando vamos à Igreja.

Observamos suas vestes, penteado, se é uma família com filhos, namorados ou jovens com sua alegria… mas há outras coisas a serem observadas.

Meu marido costuma dizer : “ tem gente que vem a Missa e não sabe porque se levanta, se senta, se ajoelha…”  é muito simplório, mas é verdade. E não sabem mesmo, mas não é culpa deles, não  têm catequese, não são educados na fé, como vão saber?

Pois bem, eu também não sei um “monte” de coisas, mais algumas que sei gostaria de compartilhar. Talvez seja a sua mesma dúvida, talvez você possa me ajudar a me esclarecer, quem sabe?

Vamos compartilhar estas questões juntos?

E já vou começando pelo que mais me  incomoda, as palmas. Sei que tem aquelas pessoas que reclamam que a celebração não é animada, que é só uma repetição de gestos e palavras, que é sempre muito monótono, que é sempre a mesma coisa… Mas não é a mesma coisa sempre, tem sempre uma novidade, um descobrir de algo novo, de sentimento novo, é uma paz, é uma esperança que se renova.

As palmas não fazem parte o rito litúrgico, elas simplesmente não estão previstas em documento nenhum da Igreja. Pior, devemos ter bom senso,  devemos nos comportar como São João, Maria e as outras mulheres no pé da cruz, com certeza elas não estavam batendo palmas diante do crucificado.

Depois, as palmas destoam da oração, da reflexão, precisamos saber ouvir o silêncio, acalmar a alma e o coração. Tem muita gente que bate palma e não cantam os hinos ( Glória, Santo ), alguns batem de um jeito, outros batem de outro. Desculpem-me os que gostam, mas fica um confuso de ritmos destoados.

A Sacrossanto Concilium, indica que o ritmo musical que deve ser privilegiado na Celebração Litúrgica, seja o canto Gregoriano, e como ele pode ser acompanhado por palmas.

É  claro que se alguém é homenageado durante a celebração, ou um batizado, casamento, é óbvio que deverá acontecer uma salva de palmas, mas tudo com muita moderação.

No período da quaresma, em hipótese nenhuma deverá haver as palmas.

Posição sentado, a Assembléia, deve se manter sentada para a escuta da Palavra.

Logo me vem a mente a imagem do Evangelho de São Lucas, e Maria sentada aos pés do Senhor ouvindo-lhe falar. Ela estava entregue e se deliciava ao ouvir tudo o que Ele dizia. Assim devemos nos sentir, confortáveis.

Posição de pé, logo na procissão de entrada para receber o presidente da celebração, e auxiliares , nos Ritos iniciais, na Proclamação do Evangelho, quando da Profissão de fé, da oração da Assembléia, nos ritos que antecedem a Eucaristia, nos ritos finais.

Posição ajoelhado. O Missal Romano determina que na hora da consagração, estejam os fiéis ajoelhados, salvo se o local não permita ou por motivos de saúde que empeçam o fiel de se ajoelhar. Pode-se ajoelhar quando do recebimento da Eucaristia.

Existem muitos movimentos que condenam esta prática, mas como eu já observei  antes, olhar para Pedro, e o Papa Bento XVI deu seu exemplo, fiéis que comungam o Corpo de Cristo com ele, devem estar ajoelhados. Quando da Benção do Santíssimo,  em procissões de Corpus Christi.

As vênias são necessárias, sempre que ouvimos o Nome de Jesus Cristo. Como por exemplo, “ por Cristo, Nosso  Senhor” , na oração ou recitação do Glória, ao nome de Jesus “ só vós o Altíssimo Jesus Cristo…” , em toda parte da recitação da encarnação do Verbo, na profissão de fé. “… foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria…” “qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine…”, antes de receber o Corpo de Cristo, se não se adquiriu ainda o hábito de se ajoelhar, o Missal Romano prevê que o fiel receba, o Corpo de Cristo em pé ou de joelhos, mas se optou por receber em pé que antes faça uma pequena vênia.

O abraço da paz, foi “introduzido” ao Rito da Celebração, portanto se for da vontade do Presidente da Celebração que  ele seja executado, que seja de forma sóbria para não atrapalhar o andamento da celebração, se for dar um aperto de mão ao seu irmão, que o faça com vontade, tem gente que mal toca as mãos dos outros, parece de má vontade.

Não existe nenhuma especificação quando da hora da recitação do “ por Cristo, em Cristo…” só não vale recitar junto com o sacerdote, pois esta oração é exclusiva dele, mas pode se estender as mãos, ou só um delas em direção ao altar, coloca-las cruzadas sobre o peito, eu particularmente faço esta, podem estar as mãos postas.

Na execução do Agnus Dei “ Cordeiro de Deus” pode-se  postar as mãos em direção ao Corpo de Cristo, ou colocar as mãos sobre o peito, alternando os movimentos.

Ao fazer a oração do Pai Nosso, não existe nada indicando qual é a posição mais adequada, mas observei os sacerdotes, a maior parte daqueles que vejo, estão com as mãos espalmadas para frente, é uma catequese, quando eu espalmo as mãos para frente, estou desejando que o que eu quero para mim, também seja para meu irmão, é um retorno. Existe uma antiga imagem de Jesus orando, a posição das mãos em pedido ao Pai, estavam espalmadas para frente. As mãos dadas, lembram uma “corrente”, é estranha ao rito, deveria ser evitada.

Espero ter contribuído mais uma vez para a catequese de vocês.

 
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais 

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo