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Grão-Mufti Mehmet Gormez diz que homilia do Papa Francisco sobre genocídio é “imoral”

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O Grão-Mufti Mehmet Gormez, principal autoridade muçulmana sunita-turca e chefe da pasta de Assuntos Religiosos da Turquia, voltou a atacar a fala do Papa Francisco sobre o genocídio armênio.

 

"Considero imoral a declaração do Papa e não posso ligá-la aos valores de base do cristianismo", afirmou Gormez  ao site "Zaman".

 

Assim que pronunciou sua homilia, no dia 12 de abril, a Turquia convocou o embaixador do Vaticano em Ancara para esclarecimentos e também chamou de volta para o país o seu representante diplomático na Santa Sé. Desde então, as mais altas autoridades políticas turcas têm criticado a fala do sucessor de Bento XVI das mais diversas formas.

 

Mas, o maior temor do governo local está prestes a se concretizar. Nesta quarta-feira (22), o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, foi informado por um telefonema da chanceler alemã, Angela Merkel, que seu país considera o massacre dos armênios como um "genocídio". A informação foi confirmada pela vice-porta-voz do gabinete de Merkel, Christiane Wirtz. Até hoje, os alemães evitaram definir as mortes do povo armênio como tal.

 

Além disso, os turcos temem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tome a mesma atitude em um pronunciamento que ocorrerá nesta sexta-feira (24), dia do centenário do assassinato. A mudança de postura dos líderes mundiais é também causada pelo fato deles considerarem a autoridade do presidente Recep Tayyip Erdogan cada vez menos confiável.

 

Para a sexta, também está programado um grande evento em Erevan, capital da Armênia, que contará com a presença dos aliados mandatários da Rússia, Vladimir Putin, e da França, François Hollande.

 

Porém, as tentativas das autoridades turcas em não deixar que as nações reconheçam o crime, não estão funcionando. Na última quarta-feira (15), o Parlamento Europeu aprovou uma resolução reconhecendo o genocídio armênio e elogiando a fala do Papa sobre o tema.

 

A Turquia não aceita que a morte de mais de 1,5 milhão de católicos armênios, sírios e ortodoxos – além de assírios, caldeus e gregos – tenha sido um genocídio. De fato, não há um reconhecimento técnico sobre o termo. Contudo, muitos historiadores identificam o ataque contra o povo armênio com um "holocausto turco".

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