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Cardeal italiano, Tarcisio Bertone, “doa” 150 mil euros por “danos” a hospital pediátrico

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A presidente da Fundação Menino Jesus, Mariella Enoc, anunciou que o arcebispo emérito de Gênova, cardeal Tarcisio Bertone, "doou" uma quantia de 150 mil euros por "danos' causados ao hospital infantil.

"O cardeal Bertone não recebeu dinheiro diretamente, mas reconheceu que tudo o que ocorreu constituiu um dano para nosso hospital e decidiu vir ao nosso encontro com uma doação de 150 mil euros, que serão utilizados para apoiar os nossos projetos de buscas por doenças raras e pouco estudadas", informou Enoc.

A "doação" ocorre cerca de um mês após uma denúncia do jornalista Emiliano Fittipaldi, que em seu livro "Avarizia" ("Avareza") havia dito que o cardeal teria desviado cerca de 200 mil euros do hospital para pagar uma reforma em seu apartamento de 296 metros quadrados no Vaticano.

As afirmações foram feitas com base em uma série de documentos sigilosos da Santa Sé que foram vazados para a imprensa, supostamente, pelo monsenhor espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda e pela ex-funcionária vaticana Francesca Immacolata Chaouqui, em um caso conhecido como "Vatileaks 2".

No início de novembro, quando a denúncia foi divulgada, o ex-secretário de Estado da Santa Sé disse que a afirmação "era uma vergonha" e que não sabia como "defender-se de calúnias" desse tipo. Ele sempre afirmou que mora em um imóvel do Governatorado do Vaticano e que pagou a reforma com seu próprio dinheiro – já que não havia planos para reformar o apartamento que é cerca de quatro vezes maior do que aquele que o papa Francisco mora em Santa Marta.

A presidente do hospital ainda ressaltou que, para a entidade, a situação do cardeal Bertone "foi resolvida" e que ainda há outras situações "mais detalhadas e mais particulares […] que estão sob avaliação da administração do Vaticano, que apurará diretamente outras responsabilidades".

"Quero que o clima desse hospital seja o de proteger o futuro.

As responsabilidades, certamente, são das pessoas que geriram o hospital e por isso a administração vaticana está avaliando se o dinheiro foi usado para objetivos diferentes dos corretos. É um processo de conhecimento e de verificação in loco", destacou.

O atual secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, celebrou o "fim da questão". "Parece que o caso do Menino Jesus foi resolvido positivamente e agradeço ao Senhor que, neste momento de dificuldade, fez com que tudo saísse de maneira construtiva.

De frente para as dificuldades, precisamos ser fortes e pacientes", finalizou.

Ainda de acordo com os documentos vazados para a imprensa, a investigação sobre os gastos excessivos de alguns membros da Igreja havia sido solicitada pelo próprio Pontífice ao assumir seu Papado em 2013.

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