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LIVRO LANÇADO NOS ESTADOS UNIDOS ANALISA CRITICAMENTE O PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO

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LIVRO LANÇADO NOS ESTADOS UNIDOS ANALISA CRITICAMENTE O PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCONos parece interessante relançar alguns trechos da entrevista que Maike Hickson, do OnePeterFive, fez com George Neumayr, autor do livro “O Papa político”, e cujo subtítulo é “Como o Papa Francisco está encantando a esquerda liberal e abandonando os conservadores”. O livro de Neumayr, lançado nos Estados Unidos, é uma análise crítica dos primeiros quatro anos do reinado do papa Bergoglio. Não sabemos se e quando sairá na Itália; mas, certamente, divulgar uma voz como a de Neumayr é uma contribuição para o diálogo sobre a situação da Igreja Católica. Citaremos no portal "Catolicismo Romano" algumas frases desta longa entrevista.

Recomendando-a para quem quiser ler o original em inglês. Entre outras coisas, no site do OnePeterFive, Neumayr deu permissão para tornar público o primeiro capítulo de sua obra.

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“Desde o primeiro momento em que eu o vi, eu sabia que ele seria uma bola de demolição modernista, ele me chamou atenção desde o início como o típico ‘jesuíta progressista’. Eu percebi que seria um pontificado historicamente angustiante… mas, na medida em que ia se desenvolvendo, tornava-se cada vez mais claro que alguém tinha que fazer um registro desse pontificado caótico”.

Neumayr estudou numa universidade jesuíta. “O programa de Francisco foi tão obviamente criado para promover o liberalismo político e, ao mesmo tempo, minimizar a doutrina. Aquela era a mesma fórmula do catolicismo vazio e de moda que eu vi em exposição na Universidade dos Jesuítas em San Francisco”.

Neumayr leu todos os livros biográficos existentes sobre Jorge Bergoglio, falou com sacerdotes, com os jesuítas, com ativistas católicos, especialistas em Direito Canônico e professores católicos. A maioria deles preferiu falar sob condição de anonimato. Ele tratou do Bergoglio de antes e depois de sua eleição à Cátedra de Pedro. A conclusão?

“A conclusão inegável é que a Igreja Católica está sofrendo sob um mau papa e que os cardeais têm que enfrentar esta crise.”

Segundo Neumayr, o Papa “é o produto de um esquerdismo político e de um modernismo teológico. Sua mente foi formada por todas as heresias pós-iluministas e ideologias de Marx a Freud e Darwin. Ele é a realização da visão do Cardeal Martini de uma igreja modernista que está em conformidade com as heresias do Iluminismo. Em quase todas as frentes, Francisco é um seguidor da escola modernista.” Isto, diz Neumayr, se pode ver pela interpretação de certas passagens do Evangelho, “Como por exemplo, quando ele descreve o milagre dos pães e peixes como uma metáfora e não como um milagre.”

“Esse pontificado é um exemplo flagrante de um clericalismo fora de controle. Papa Francisco usa o púlpito do papado não para apresentar os ensinamentos da Igreja, mas, em vez disso, para promover a sua própria agenda política”.

“Muitas de suas declarações não estão alinhadas aos ensinamentos da Igreja, como documentado no livro.”

Neumayr cita, entre os mestres do pensamento do Pontífice, Esther Ballestrino de Careaga, uma comunista fervorosa, e também Paulo Freire, autor do livro “Pedagogia do Oprimido”. Segundo Neumayr, Bergoglio ainda reabilitou os teólogos da libertação.

“Ele presta homenagem ao relativismo moral e ao socialismo, que são o centro da esquerda global. Não é por acaso que suas frases-chavão são ‘Quem sou eu para julgar’ e a “desigualdade é a raiz de todos os males”. É um queridinho da esquerda globala porque promove muitos dos temas de sua agenda como o ativismo para a mudança climática, a abertura das fronteiras e a abolição da pena de morte”.

“O Papa favorece o voluntarismo inerente aos liberais, que se caracteriza por um relativismo moral que, por sua vez, é o modo como o socialismo tenta se mostrar virtuoso… em outras palavras, os liberais gostam de se aparentar bons sem o ser na verdade.

E um pontificado que junta o liberalismo político com o relativismo doutrinal e moral é compatível com a sua política de auto indulgência. Eles também adoram, em sua política, aquele toque do espiritualismo não ameaçador que um jesuíta amador da América Latina sabe bem como fornecer”;

Sobre a “Amoris Laetitia”,  Neumayr é bem crítico: “é um dos documentos mais escandalosos na história da Igreja. Papa Francisco dá uma óbvia piscadela e um aceno de aprovação aos adúlteros na nota 329 do documento. No meu livro, falo da ambigüidade proposital desse documento, típico de um jesuíta”.

Neumayr também critica a fraca resposta da parte dos prelados. E afirma ser necessário tomar uma iniciativa. “Minha posição é que os cardeais deveriam confrontar diretamente o Papa sobre esta questão e deixar claro que a posição heterodoxa à qual ele adere é absolutamente inaceitável. E se ainda ele falhar em responder aos dubia, eles devem encaminhar uma uma correção formal”.

Neumayr nasceu em 1972. O que ele diz de si mesmo é que pertence àquela geração de católicos que “pediram pão e receberam pedras”. Ele espera que seu livro “possa contribuir para um retorno à ortodoxia e à santidade na Igreja, e creio que é dever dos jornalistas dizer a verdade sem medo ou favoritismos”. (Por Marco Tosatti)

 

 

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