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O AMOR DE DEUS E DO PRÓXIMO É SOBRENATURAL NO SEU OBJETO COMO NO SEU MOTIVO E PRINCÍPIO

Paramentos Litúrgicos

''O amor de Deus e do próximo é sobrenatural no seu objeto como no seu motivo e princípio. O Deus, que amamos, é o Deus que a revelação nos manifesta, isto é, a Santíssima Trindade; porque a fé no-lo mostra infinitamente bom e amável; amamo-lo com a vontade aperfeiçoada pela virtude da caridade e ajudada pela graça atual. Não é, pois, um amor de sensibilidade; sendo o homem composto de corpo e alma, não há dúvida que se mistura muitas vezes um elemento sensível com as nossas mais nobres afeições; mas esse sentimento falta por vezes completamente, e em todo caso é absolutamente acessório. A essência própria do amor é a dedicação, a vontade firme de se dar e, se tanto for necessário, de se imolar todo por Deus e por sua glória, de preferir o seu divino agrado ao nosso e ao das criaturas.

Outro tanto, guardadas as proporções, se deve dizer do amor do próximo. É Deus que amamos nele, por ser imagem e reflexo das suas divinas perfeições; o motivo que nos leva a amá-lo é, pois, a bondade divina, em quanto manifestada, expressa, reverberada no próximo; em termos mais concretos, nós vemos e amamos em nossos irmãos almas habitadas pelo Espírito Santo, ornadas da graça divina, remidas com o preço do sangue de Jesus Cristo; amando-os, queremos o seu bem sobrenatural, o aperfeiçoamento das suas almas; a sua eterna salvação.

Assim, pois, não há duas virtudes de caridade, uma para com Deus, outra para com o próximo; não há mais de uma só, que abraça juntamente a Deus amado por si mesmo e ao próximo amado por Deus.''

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Pe. Adolphe Tanquerey. ''Compêndio de Teologia Ascética e Mística''. Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 4ª Edição, 1948, p. 187

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