Missa Tridentina

PRIMEIRA PARTE DA MISSA: DA PREPARAÇÃO PÚBLICA AO SACRIFÍCIO E DA ENTRADA AO ALTAR

Paramentos Litúrgicos

 

Esta preparação inclui o Sinal da Cruz, o salmo Judica me Deus, a confissão dos pecados (Confiteor), as orações para alcançar o seu perdão e para pedir a graça de subir ao altar com pureza. A entrada ao altar compreende o uso do incenso nas Missas solenes, o Intróito, o Kyrie  e o Gloria in excelsis Deo.

 

 1 – DA PREPARAÇÂO PÚBLICA AO SACRIFÍCIO
Quando surgiu a preparação pública do sacerdote à santa Missa?
R. A preparação pública para a Santa Missa surgiu no século IX, e era feita pelo sacerdote, não no altar, mas na sacristia, enquanto o coro cantava o salmo do Intróito, ou entrada, e o povo a ele se unia com a invocação do Kyrie eleison. Somente no século XIII, o sacerdote passou a fazê-la diante do altar, quando da sua entrada, iniciando a Missa.
O que representa a chegada do sacerdote ao altar?
R. A chegada do sacerdote ao altar representa a entrada de Jesus Cristo no mundo pela encarnação, e a humilhação do Verbo que se fez carne e assumiu todas as nossas iniquidades.
Que outras figuras representa o sacerdote diante do altar?
R. Para se entender as cerimônias em suas menores particularidades, o sacerdote diante do altar representa diversos personagens.
Que personagens representa o sacerdote diante do altar?
R. Diante do altar, o sacerdote representa ou figura diversos personagens, tais como:
1º – representante de Deus e dispensador de Seus mistérios;
2º – ministro da Igreja e delegado dos fiéis;
3º – homem pecador, sob cujo aspecto se confunde com os assistentes.
Que deveres acarretam ao sacerdote tais representações?
R. As diversas representações do sacerdote diante do altar acarretam os seguintes deveres:
1º – como representante de Deus, ele não pode abandonar o santuário, lugar de sacrificador;
2º – como homem, ele se detém no primeiro degrau que leva ao altar;
3º – como delegado dos fiéis diante do Senhor, ocupa o lugar intermediário, entre o povo e o Senhor;
4º – como pecador, se inclina profundamente e se prosterna diante da suprema majestade;
5º – como sacerdote, se ergue e permanece em pé; porém, seguindo o exemplo do publicano, a longe stans (Lc 18), separado do altar quanto lhe permite o seu ministério.
Nesta atitude, em que se une e confunde a dignidade e a miséria, a responsabilidade em relação a Deus e a mediação com os homens, a humanidade e o sacerdócio, a santidade do ministério e a debilidade da natureza, o sacerdote beija, com todo o respeito, o livro do Evangelho.
Por que o sacerdote beija o Evangelho?
R. O sacerdote beija o livro do Evangelho para reanimar seu valor e sua confiança para começar o sacrifício, pois, uma vez chegando ao altar, na presença de Deus, seus passos vacilavam de terror e de respeito diante do Todo Poderoso.
Por que o Evangelho reanima e dá confiança ao sacerdote?
R. Porque este é o livro que contem seus direitos à oblação, seus títulos de sacerdócio, a origem e a fonte dos seus poderes, a grandeza da sua missão; é o livro em que resplandece a bondade daquele que veio a chamar os justos e os pecadores, cuja misericórdia concedeu o cargo pastoral ao amor arrependido.
Por que o subdiácono apresenta o livro do Evangelho ao celebrante?
R. Assim como na marcha triunfal dos imperadores romanos um arauto os seguia para lembrar-lhes que eram homens, no caminhar do sacerdote ao altar, um ministro deve lembrar a este homem abençoado por Deus que ele é o sacerdote do Altíssimo e mediador de uma aliança divina. Ao beijar o livro, o sacerdote demonstra sua modéstia e nobre confiança nas promessas de Nosso Senhor nele contidas.
Que representa a inclinação profunda do sacerdote ainda ao pé do altar?
R. A prostração do sacerdote representa, além do rebaixamento do Verbo feito carne, a pobreza do nascimento do Salvador, a obscuridade da sua vida, as humilhações do seu ministério público e, principalmente, o início da Paixão no Horto das Oliveiras, em que Jesus, seguido pelos seus discípulos, afastando-se deles, rezou prostrado, com o rosto na terra, e aceitou o cálice dos seus padecimentos.
Por que o sacerdote faz essa prostração?
R. O sacerdote faz a profunda inclinação pois, ainda que sua alma esteja preparada ao sacrifício pela santidade da sua vida, pelo recolhimento habitual, pelo fervor da oração e da meditação, e pelas lembranças das virtudes que Deus exige do seu representante, simbolizados pelos paramentos sagrados que o revestem, é necessária também uma preparação externa, pública, pela dignidade da ação que vai acontecer no altar, e para mostrar aos fiéis que não devem tomar parte nela sem a devida preparação.
Por que o sacerdote começa a celebração da Missa com a cabeça descoberta?
R. O sacerdote começa a celebração dessa forma porque assim prescreve o rito antigo da Igreja e S.Paulo o recomenda. O Concílio de Roma, presidido pelo Papa Zacarias, em 743, proíbe sob pena de excomunhão ao bispo, ao sacerdote e ao diácono de assistir a Missa com a cabeça coberta.
Qual a postura habitual do sacerdote durante a Missa?
R. O sacerdote habitualmente mantém as mãos unidas, enquanto não há alguma ação ou oração que o façam sair dessa postura piedosa.

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