Artigos/Curiosidades

QUANTO VALE UM SACRAMENTO? DO VERDADEIRO SIGNIFICADO À OSTENTAÇÃO DESNECESSÁRIA – POR MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
QUANTO VALE UM SACRAMENTO? DO VERDADEIRO SIGNFICADO À OSTENTAÇÃO DESNECESSÁRIACaros amigos, neste ano de 2014 tenho muitas cerimônias de matrimônio para ir. Fico feliz, pois cada vez mais os jovens acreditam na força que tem a união sacramental. Colocarei hoje duas questões sobre este tema: o valor monetário da realização do sacramento e o valor espiritual que ele significa.

Muitos de meus amigos questionam os valores cobrados pelas igrejas e paróquias para celebração do matrimônio. De fato, muitas igrejas cobram valores exorbitantes. Alguns argumentam que como trata-se de um sacramento não deveria ser cobrado, pois benção é algo que não se vende; não se negocia. Mas aí também entra outra questão: e a manutenção da igreja? Quem arca com as despesas?

O 5º mandamento da Igreja Católica nos diz que devemos ajudar a igreja em suas necessidades, como o pagamento dos funcionários necessários pela limpeza, ornamentação, música, secretaria, o padre, deslocamentos, água, luz, material de escritório, enfim, a igreja é um organismo que precisa ser alimentado, para que o fiel chegue e encontre tudo limpinho e organizado. Para tal, é necessário que haja mão de obra especializada para bem atender o fiel naquilo que ele necessita.
A Igreja Católica não exige de seus fiéis o pagamento de 10% do dizimo. Ela aceita o que o fiel pode contribuir, e a prática do dizimo em muitas comunidades ainda não é bem articulada. Existem comunidades muito pobres em que os fiéis são muito necessitados, o que concretamente inviabiliza em sua contribuição para com a igreja, mas mesmo assim o fazem, na medida do possível.
Por isso a Igreja dispõe de taxas que chamamos de "esportula". As taxas vão desde a isenção, a um patamar financeiro determinado pela Arquidiocese, ficando a cargo do pároco a definição da cobrança.
Existem dois lados da moeda: noivos que não estão vivenciando o momento sacramental. Neste caso o casamento em questão é só uma parte da festa para sociedade e convidados. Não medem esforços para gastar em ostentações, com o buffet, grandes arranjos de flores, luzes por todos os lados, fotógrafos em abundância e trajes que custam preços de automóveis. O pior é que mediante tanta falta de valores religiosos, acham que a igreja tem que fazer a cerimônia gratuitamente. Isso é uma falta de senso e falta grave contra o Senhor. Se podem gastar com o supérfluo, por que não contribuir com a Igreja?
 
Existe um exemplo clássico que podemos mencionar na cidade de São Paulo. Pessoas que moram em bairros distantes e periféricos da capital paulista, fazem questão de se casar na famosa "Igreja Nossa Senhora do Brasil", palco de celebrações matrimoniais de artistas e de membros da alta elite paulistana. Casais sem condições alguma, que residem há mais de 20 quilometros do local desta famosa Igreja, gastam o que tem e o que não tem, para realizar o dito "sonho" de se casar no "Templo das celebridades". Um verdadeiro absurdo e despautério. Fazem, simplesmente por pura vaidade e ostentação desnecessária, se esquecendo do essencial: "o valor do sacramento".  
Voltando a questão em pauta, a Igreja não deixa de realizar sacramentos porque os fiéis não tem condições de pagar. Isso jamais deve ocorrer. Caso o casal comprove que não tem mesmo condições de arcar com as taxas, a Igreja o isenta do pagamento. É mais importante para a Igreja sacramentar uma união, do que deixar que casais vivam em concubinato.
No sacramento do Crisma, é necessário a presença do Bispo local, neste caso alguns cobram uma taxa para realização do sacramento, que pode ser dividida entre os  muitos crismandos, tornando-se uma taxa irrisória. No Batismo a mesma coisa, a taxa é dividida entre todos.
Agora vamos sair do raso e aprofundar no valor dos sacramentos. A sociedade de hoje não valoriza mais os sacramentos, muitos os tem como uma festa para sociedade, um motivo para reunir a família e festejar. Se é um batizado, ótimo, vamos fazer uma almoço, um churrasco e beber. Infelizmente não entendem mais a dimensão do que aconteceu; seu filho, seu afilhado foi apresentado a comunidade de fé e recebeu o melhor dos presentes: O Espírito Santo.
Se é uma Primeira Eucaristia? É só para tirar foto para o porta retrato, não compreendem que a criança em questão está fazendo a primeira refeição das muitas mais importantes da vida, entrando em comunhão com o Corpo e Sangue de Cristo, ela agora comunga das mesmas verdades da Igreja invisível, visível no Corpo de Cristo, espalhado pelo mundo inteiro.
É Crisma? Tem gente que crê que só é crismada para poder se casar na Igreja. Não veem como um chamado a ser um soldado de Cristo na defesa da fé. Agora é a hora de colocar todos os carismas recebidos do Espírito Santo no Batismo em prática. Tem gente que faz o crisma e só volta à Igreja no dia do casamento, do casamento dos outros…
Ah..se os noivos soubessem aproveitar o momento deste sacramento. É o único em que eles é que presidem. É a exata união das almas, é onde Deus confere e distribui graças para que juntos, homem e mulher, sejam capazes de gerar uma família, uma perfeita trindade formada por homem, mulher e Deus.
Quanto então custa um sacramento? Sacramento não tem valor. Sacramento não se vende, Sacramento é graça de Deus. Quanto vale um Batismo, Crisma que dá bons frutos? Quanto vale uma alimentação perfeita e contrita do Corpo de Sangue de Jesus? Quanto vale um matrimônio duradouro de feliz? Não tem preço. Portanto usemos nosso bom senso; dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus, o que é de Deus.
Abraço Fraterno!
 
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do Portal Catolicismo Romano.

 

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo