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SUCESSÃO DE BENTO XVI: Primeiro encontro pré-conclave teve 142 cardeais presentes no Vaticano

Paramentos Litúrgicos

Os cardeais da Igreja Católica encerraram nesta segunda-feira,  a primeira das congregações gerais que precedem o início do conclave para eleger o novo Papa que vai suceder o agora Papa Emérito Bento XVI.

O encontro, no Vaticano, durou cerca de três horas e meia, com meia hora de pausa de café, e teve a participação de 142 dos 207 cardeais, 103 deles votantes, segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

A congregação foi iniciada com uma oração breve e seguida por uma introdução técnica.

O decano do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano, fez uma saudação e lembrou da importancia do evento. Ele também propôs que os cardeais preparem uma mensagem, a ser enviada ao Papa Emérito.

Depois, houve o juramento, feito em conjunto e depois individualmente, o que tomou algum tempo, conforme previsto na Constituição Apostólica.

O momento mais importante ocorreu entre as 11h45 e 12h30 locais, segundo o porta-voz, em que ocorreram discussões gerais. Treze cardeais falaram.

Eles discutiram se vai haver reuniões de manhã e à tarde nos próximos dias. Isso deve ser decidido nesta tarde.

Conforme esperado, não houve decisão sobre a data do conclave. Segundo o padre Lombardi, alguns cardeais estão com mais pressa, outros com menos.

Os cardeais italianos Giovanni Battista Re, Crescencio Sepe e o esloveno Franc Rode foram escolhidos para, por um prazo de três dias, auxiliarem o camerlengo nos trabalhos.

"É uma jornada espiritual de que temos que participar. Vamos trocar informações", disse o cardeal indiano Baselios Cleemis Thottunkal, de 53 anos, o mais novo do conclave, antes do início da congregação. "É a primeira vez que participo; não sei o que vai acontecer. Vamos decidir juntos e analisar juntos as questões que a Igreja tem de enfrentar, como a Igreja vai enfrentar."

Questionado sobre se acha se o próximo Papa tem de ser italiano, ele afirmou que "a Igreja não é um continente, de uma língua. Ela é universal".

O arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, disse que não dá para antecipar as questões que serão discutidas no conclave.

"Tem tanta coisa que é preciso que ele [o novo Papa] seja capaz de fazer, além de ser poliglota, de ser um homem de fé e de rezar, de ser capaz de compreender civilizações diferentes, de diálogo, de escuta…", disse, ao ser questionado sobre o perfil do novo pontífice.

O cardeal André afirmou que "não é indispensável" que o próximo Papa seja jovem.

O francês também disse que o próximo Papa terá de tratar da questão do VatiLeaks, escândalo de vazamento de documentos sigilosos do Vaticano.

Alguns temas que devem ser abordados nas reuniões são a reforma da Cúria Romana (o governo da Igreja) e a investigação interna sobre o caso "VatiLeaks" (vazamento de documentos confidenciais do Vaticano), assim como os escândalos e polêmicas dos últimos anos: as acusações de acobertamento da pedofilia, a corrupção, a secularização em muitas regiões, a influência de outras religiões e os problemas morais relacionados com a família.

Não há um favorito claro entre os 115 cardeais-eleitores — os cardeais com até 80 anos de idade. Por isso, discretamente os participantes vão usar os encontros preliminares para avaliar potenciais candidatos.

Bento XVI encerrou na quinta-feira, 28 de fevereiro, seu complicado pontificado de oito anos prometendo obediência incondicional ao sucessor. Ele é o primeiro papa em quase seis séculos a deixar o cargo com vida, o que cria uma série de situações praticamente inéditas para a vida da Igreja.

Os conclaves estão entre as eleições mais misteriosas do mundo, sem candidatos declarados, sem campanha eleitoral explícita, e com eleitores que muitas vezes conhecem poucos dos seus colegas. Todos eles juram manter segredo sobre os detalhes da votação.

Tradicionalmente, os conclaves começam 15 dias depois da declaração de "Sé Vacante", o que inclui o tempo para o velório e sepultamento de um Papa que morre. Mas Bento XVI baixou um decreto, dias antes de renunciar, autorizando a antecipação do processo eleitoral.

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