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Tentativa de ligar Papa a pedofilia fracassou, diz Vaticano

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Tentativa de ligar Papa a pedofilia fracassou, diz VaticanoO porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que "fracassou" a tentativa de ligar o papa Bento XVI pessoalmente às denúncias de pedofilia no ambiente da Igreja Católica da Alemanha que vieram à tona nas últimas semanas.

Em declarações à Rádio Vaticana, o religioso denunciou os "esforços", alguns inclusive feitos com "certa fúria", que tiveram como objetivo tentar vincular o alemão Joseph Ratzinger — nome de batismo do Papa — à polêmica.

"É muito claro que nos últimos dias houve quem tenha buscado, com uma certa fúria em Regensburg e Munique, encontrar elementos para envolver pessoalmente o Santo Padre nas questões dos abusos" sexuais contra menores, ressaltou Lombardi. 

No início do mês, o bispo de Regensburg, Gerhard Ludwig Muller, disse que sabia de casos de pedofilia que haviam ocorrido no coro de rapazes da catedral alemã, que foi dirigido pelo irmão do Papa, Georg Ratzinger, durante 30 anos. 

Posteriormente, no entanto, o sacerdote esclareceu que as denúncias não se relacionam ao período em que Ratzinger esteve à frente do coro. 

Além disso, um jornal alemão veiculou a notícia de que um padre que teria cometido atos de pedofilia foi transferido para uma comunidade de Munique na época em que o próprio Pontífice era arcebispo. 

De acordo com o Süeddeutsche Zeitung, o religioso foi transferido de Essen para a Baviera, onde continuou a cometer abusos. 

A mudança do padre teria ocorrido em 1980, com o aval de Ratzinger. O ex-vigário-geral Gerhard Gruber assumiu toda a responsabilidade, com o que o Vaticano deu o caso da transferência por esclarecido. 

Uma nota divulgada no site do arcebispado afirma que o Papa ordenou somente que o sacerdote acusado de pedofilia fosse acolhido em uma casa paroquial para fazer terapia, e que foi Gruber, "afastando-se desta decisão", quem o designou sem limitações a uma paróquia de Munique. 

Já o monsenhor Charles J. Scicluna, promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, instância presidida por Joseph Ratzinger antes de se tornar Papa, afirmou que é "falso e injurioso" acusá-lo de ocultar fatos para atrapalhar as investigações. 

Em uma entrevista ao diário Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), ele admitiu que "alguns bispos foram de fato muito indulgentes com respeito a casos de pedofilia", mas não o ainda cardeal Ratzinger, "que demonstrou sabedoria e firmeza ao enfrentá-los". 

O agora Pontífice demonstrou "grande coragem ao enfrentar alguns casos muito difíceis e espinhosos, e por isso acusá-lo agora de ocultamento é falso e injurioso", disse Scicluna. 

O promotor indicou ainda que, desde 2001, quando os "delicta graviora" — os delitos mais graves que pode cometer um sacerdote, dentre os quais a pedofilia — passaram a ser de competência da Congregação para a Doutrina da Fé, o órgão examinou cerca de 3.000 casos, dos quais 10% correspondiam a pedofilia. 

"Em 10% destes casos, os particularmente graves, com provas evidentes, o Santo Padre assumiu a dolorosa responsabilidade de autorizar um decreto de demissão do estado clerical, enquanto em outros 10% foram os próprios sacerdotes quem pediram dispensa", afirmou ele. 

Os casos de abusos sexuais contra menores que envolvem a igreja alemã foram tratados ontem durante um encontro do Papa com o presidente da Conferência Episcopal do país (DBK), Robert Zollitsch.

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