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Vaticano diz que age com rapidez e decisão sobre pedofilia

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Porta-voz do Vaticano, Federico LombardiO porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que a Santa Sé está confrontando o surgimento das denúncias de pedofilia "com rapidez e decisão" e que "concentrar as acusações na Igreja leva a falsear a perspectiva".

Em uma nota divulgada pela Rádio Vaticana, o religioso respondeu implicitamente a críticas feitas ontem pela ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, que acusou o Vaticano de dificultar as investigações sobre os casos de abuso sexual cometidos por religiosos no país.

De acordo com Lombardi, as principais instituições eclesiásticas envolvidas nas denúncias "deram prova de vontade de transparência" e "em um certo sentido aceleraram a manifestação do problema, convidando as vítimas a falar mesmo quando se tratava de casos de muito tempo atrás". 

"Assim fazendo, confrontaram a questão 'com o pé certo', porque o ponto de partida correto é o reconhecimento daquilo que aconteceu e a preocupação pelas vítimas e as consequências dos atos cometidos contra elas", continuou. 

O porta-voz declarou que serão colocadas em prática rapidamente "novas indicações operativas" para uma "estratégia de prevenção" a fim de que "similares gravíssimos fatos não se repitam". 

Ainda na nota, Lombardi ressaltou que episódios de pedofilia também acontecem em outros locais e que "é bom se preocupar com isto". Como exemplo, ele citou a Áustria, onde por um certo período "os casos ocorridos em instituições ligadas à Igreja foram 17, enquanto aconteceram 510 em outros ambientes". 

"Estes fatos movem a Igreja a elaborar respostas apropriadas e são inseridos em um contexto e problemática mais ampla, que se refere à tutela das crianças e jovens dos abusos sexuais na sociedade", rebateu o padre. 

"Certamente os erros cometidos pelas instituições e por responsáveis eclesiásticos são particularmente reprováveis, dada a responsabilidade educativa e moral da Igreja. Mas todas as pessoas objetivas e informadas sabem que a questão é muito maior, e concentrar as acusações só na Igreja leva a falsear a perspectiva", disse. 

Lombardi ressaltou que no âmbito canônico o crime de abuso sexual contra menores "sempre foi considerado um dos mais graves entre todos", e que as normas do Vaticano reafirmaram constantemente esse status. 

"Se não se pode negar a gravidade do tormento que a Igreja está atravessando, não é preciso renunciar a fazer todo o possível para que se obtenha no final também resultados positivos, de melhor proteção da infância e da juventude e da purificação da própria Igreja", acrescentou o porta-voz. 

Lombardi falou ainda sobre a reunião convocada pelo governo alemão para falar sobre os casos de pedofilia denunciados no país — eles teriam ocorrido em escolas jesuítas nas décadas de 1970 e 1980 e no coro de rapazes da catedral de Regensburg, que foi dirigido pelo irmão do papa Bento XVI, Georg Ratzinger, durante trinta anos. 

"Justamente da Alemanha vêm agora iniciativas, propostas pelo Ministério da Família, para convocar uma 'mesa redonda' das diversas realidades educativas e sociais para confrontar a questão em uma perspectiva complexa e adequada", comunicou o padre, dizendo que "a Igreja está naturalmente pronta para participar e se empenhar". 

"Provavelmente sua dolorosa experiência pode ser uma contribuição útil também para os outros", afirmou Lombardi. Além da Conferência Episcopal Alemã, foram convidados para a reunião, que ocorre em 23 de abril, as ministras do país europeu da Família, Kristina Schröder, e da Educação, Annete Schavan. (ANSA)

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