Uma tarde, no monast\u00e9rio em Jerusal\u00e9m, S\u00e3o Jer\u00f4nimo sentou-se com outros monges para ouvirem a li\u00e7\u00e3o do dia quando um gigantesco le\u00e3o aproximou-se andando em tr\u00eas patas, com a quarta pata levantada. Imaginem o caos que se seguiu quando todos os monges correram, cada um para um lado.<\/p>\n

Mas, S\u00e3o Jer\u00f4nimo calmamente levantou-se e foi ao encontro do h\u00f3spede inesperado. Naturalmente o le\u00e3o n\u00e3o podia falar, mas ofereceu a pata ferida ao bom padre. Jer\u00f4nimo examinou-a, notou que havia alguns espinhos, e pediu ao monge menos medroso que trouxesse um balde com \u00e1gua para lavar a ferida do le\u00e3o. Jer\u00f4nimo retirou com cuidados os espinhos e aplicou uma pomada. O ferimento rapidamente sarou. O gentil cuidado amansou o le\u00e3o que ia e vinha pacificamente onde estava S\u00e3o Jer\u00f4nimo como se fosse um animal dom\u00e9stico. Sobre este epis\u00f3dio, o santo disse \u201cPensem sobre isto e voc\u00eas encontrar\u00e3o v\u00e1rias respostas. Eu creio que n\u00e3o foi tanto para a cura de sua pata que Deus o enviou, pois Ele curaria a pata sem a nossa ajuda, mas enviou o le\u00e3o para mostrar quanto Ele estava ansioso para prover o que necessitamos para o nosso bem.\u201d<\/p>\n

Os irm\u00e3os sugeriram que o le\u00e3o poderia ser usado para proteger o jumento que carregava a lenha para o monast\u00e9rio. E assim foi por muito tempo. O le\u00e3o guardava o jumento enquanto este ia e vinha. Um dia, entretanto, o le\u00e3o estava muito cansado e dormiu enquanto o jumento pastava. Foi quando eg\u00edpcios mercadores de \u00f3leo levaram o jumento.<\/p>\n

O le\u00e3o l\u00e1 pelas tantas acordou e passou a procurar o jumento. Com incr\u00edvel ansiedade procurou-o dia. No final do dia voltou e ficou no port\u00e3o do monast\u00e9rio parado, consciente de sua culpa o le\u00e3o n\u00e3o tinha mais o seu andar orgulhoso.<\/p>\n

Os outros monges logo conclu\u00edram que o le\u00e3o tinha na verdade comido o jumento, e recusaram-se a alimentar o le\u00e3o, enviando-o de volta para comer o resto da sua matan\u00e7a. Mas ainda havia uma certa d\u00favida se o le\u00e3o havia ou n\u00e3o matado o jumento e assim Jer\u00f4nimo mandou que eles procurassem pela carca\u00e7a do jumento. N\u00e3o encontraram a carca\u00e7a, nem outro sinal de viol\u00eancia. Os monges levaram a not\u00edcia para S\u00e3o Jer\u00f4nimo que disse \u201cEu fico triste pela perda do asno, mas n\u00e3o fa\u00e7am isto com o le\u00e3o. Tratem dele como antes, deem comida e ele far\u00e1 o servi\u00e7o do jumento. Fa\u00e7am com que ele traga em seu lombo algumas das pe\u00e7as de lenha.\u201c E assim aconteceu.<\/p>\n

O le\u00e3o regularmente fazia a sua tarefa, mas continuava a procurar o seu velho companheiro. Um dia, do alto de uma colina, viu na estrada homens montados em camelos e em um jumento. Ele ent\u00e3o foi ao encontro deles. Ao se aproximar, reconheceu o amigo e come\u00e7ou a rugir. Os mercadores assustados correram como puderam, deixando o jumento, os camelos e sua carga para atr\u00e1s.<\/p>\n

O le\u00e3o conduziu os animais para o mosteiro. Quando os monges viram aquela cena inusitada, um le\u00e3o liderando um jumento e camelos, logo chamaram S\u00e3o Jer\u00f4nimo. Ele abriu os port\u00f5es e disse: \u201cTirem a carga dos camelos e do jumento, lavem suas patas e deem comida e esperem para ver o que Deus tinha em mente quando nos deu o le\u00e3o\u201d.<\/p>\n

Suas instru\u00e7\u00f5es foram seguidas, o le\u00e3o come\u00e7ou a rugir de novo e balan\u00e7ar o rabo alegremente. Os irm\u00e3os, com remorso da cal\u00fania que haviam pensado do pobre le\u00e3o, disseram uns aos outros \u201cIrm\u00e3o, confie na sua ovelha mesmo se por um tempo ela parecer um ganancioso rufi\u00e3o e Deus far\u00e1 um milagre para curar o seu car\u00e1ter\u201c.<\/p>\n

Neste meio tempo, Jer\u00f4nimo sabendo o que viria disse: \u201cMeus irm\u00e3os, preparem refrescos porque novos h\u00f3spedes est\u00e3o chegando e dever\u00e3o ser tratados dignamente\u201d.<\/p>\n

Assim se preparam para receber as visitas e em breve os mercadores estavam no port\u00e3o. Foram bem-vindos, mas vendo os camelos, o jumento e o le\u00e3o, prostraram-se aos p\u00e9s de S\u00e3o Jer\u00f4nimo e pediram perd\u00e3o pelas suas falhas. Gentilmente Jer\u00f4nimo disse \u201cdeem os refrescos a eles e deixem partir com os seu camelos e suas cargas\u201d. Os mercadores ofereceram metade do \u00f3leo que carregavam e mais alguns alimentos para os monges.<\/p>\n

O chefe dos mercadores est\u00e3o disse \u201cN\u00f3s daremos todo \u00f3leo que voc\u00eas precisarem durante o ano e nossos filhos e netos ser\u00e3o instru\u00eddos a seguirem esta ordem, e ainda nada de sua propriedade ser\u00e1 jamais tocado por qualquer de n\u00f3s\u201c.<\/p>\n

S\u00e3o Jer\u00f4nimo aceitou a oferta e os mercadores partiram com sua ben\u00e7\u00e3o, voltando alegres para o seu povo. S\u00e3o Jer\u00f4nimo ent\u00e3o disse \u201cvejam, meus irm\u00e3os, o que Deus tinha em mente quando nos mandou o seu le\u00e3o\u201c<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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