Foi apresentado em Roma o livro-di\u00e1logo “Caminhando em busca da Verdade” que re\u00fane as cartas e o relato dos encontros entre o Papa Em\u00e9rito e o estudioso italiano Piergiorgio Odifreddi. Um percurso atrav\u00e9s da \u00e9tica, antropologia e espiritualidade.<\/p>\n\n\n\n

“Fico contente com a sua inquieta\u00e7\u00e3o sobre Deus e Jesus”, escreve o Papa Em\u00e9rito em uma passagem do livro “Caminhando em busca da Verdade. Cartas e di\u00e1logos com Bento XVI” de Piergiorgio Odifreddi, matem\u00e1tico ateu, que re\u00fane a correspond\u00eancia e a narra\u00e7\u00e3o dos cinco encontros entre os dois, que se realizaram desde a ren\u00fancia ao papado em 2013 at\u00e9 2020.<\/p>\n\n\n\n

O livro, das edi\u00e7\u00f5es Rizzoli, foi apresentado na quinta-feira (06) na Universidade Lumsa,  e \u00e9 uma viagem pela f\u00e9, ci\u00eancia, \u00e9tica e antropologia, uma prova de como \u00e9 poss\u00edvel dialogar entre diferentes posi\u00e7\u00f5es at\u00e9 mesmo nas opostas, e o testemunho de alguns dos temas que ocuparam as reflex\u00f5es do Papa Em\u00e9rito desde 2013.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 extremamente significativo”, disse o Padre Federico Lombardi, presidente da Funda\u00e7\u00e3o Ratzinger, que organizou a apresenta\u00e7\u00e3o do livro, “que Bento XVI, desde que deixou de ser Papa e, portanto, teve mais tempo para refletir, tenha levado muito a s\u00e9rio o pedido do cientista Odifreddi para dialogar com ele. Este \u00e9 um sinal da sua aten\u00e7\u00e3o ao di\u00e1logo entre a f\u00e9, a raz\u00e3o e a ci\u00eancia, e da atitude muito dispon\u00edvel e aberta com a qual sempre viveu”.<\/p>\n\n\n\n

Em 2011, Piergiorgio Odifreddi escreveu uma carta aberta a Bento XVI comentando a “Introdu\u00e7\u00e3o ao Cristianismo”, um livro hist\u00f3rico que Joseph Ratzinger escreveu como te\u00f3logo em 1968. Uma tentativa inicial de obter uma resposta que n\u00e3o teve sucesso at\u00e9 2013 quando, ap\u00f3s sua demiss\u00e3o e atrav\u00e9s do secret\u00e1rio do Papa em\u00e9rito Georg G\u00e4nswein, que tamb\u00e9m estava presente na apresenta\u00e7\u00e3o do livro, Bento XVI, por sua vez, enviou uma carta, iniciando uma amizade entre os dois.<\/p>\n\n\n\n

“Uma bela amizade” que \u00e9 “uma dimens\u00e3o rara” entre duas posi\u00e7\u00f5es diferentes onde “h\u00e1 di\u00e1logo e n\u00e3o brigas”, onde “as ideias se encontram e o advers\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 demonizado”, explicou Dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontif\u00edcia Academia para a Vida. “Creio que a li\u00e7\u00e3o pode ser esta”, explicou Piergiorgio Odifreddi, se at\u00e9 mesmo um Papa e um ateu podem ficar conversando amistosamente, com tranquilidade, isso significa que talvez na vida tamb\u00e9m se possa comportar assim”.<\/p>\n\n\n\n

O que \u00e9 surpreendente na evolu\u00e7\u00e3o da correspond\u00eancia entre os dois \u00e9 a evolu\u00e7\u00e3o dos temas. No in\u00edcio, o confronto era entre ci\u00eancia e f\u00e9, aponta Odifreddi, ent\u00e3o com o passar do tempo “era in\u00fatil continuar as \u2018escaramu\u00e7as\u2019 sobre estes temas\u201d, ent\u00e3o passaram a outros assuntos, tais como a l\u00f3gica, a vida e a morte. Foi precisamente sobre o tema da morte que houve a maior converg\u00eancia entre os dois. O Papa em\u00e9rito tinha pedido a Odifreddi a opini\u00e3o de um ateu sobre a morte e o matem\u00e1tico escreveu uma carta descrita por ele como “te\u00f3rica”. Depois, em 2020, ano da pandemia, faleceram, Georg Ratzinger o amado irm\u00e3o de Bento, e a m\u00e3e de Odifreddi. Esse foi o momento de maior proximidade”, explicou, quando duas pessoas conhecem a mesma dor de perder entes queridos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Foi apresentado em Roma o livro-di\u00e1logo “Caminhando em busca da Verdade” que re\u00fane as cartas e o relato dos encontros entre o Papa Em\u00e9rito e o estudioso italiano Piergiorgio Odifreddi. Um percurso atrav\u00e9s da \u00e9tica, antropologia e espiritualidade. “Fico contente com a sua inquieta\u00e7\u00e3o sobre Deus e Jesus”, escreve o Papa Em\u00e9rito em uma passagem …<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":15955,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_seopress_robots_primary_cat":"none","_seopress_titles_title":"","_seopress_titles_desc":"","_seopress_robots_index":"","footnotes":""},"categories":[38],"tags":[3820],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15950"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=15950"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15950\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":15956,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15950\/revisions\/15956"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15955"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=15950"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=15950"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.catolicismoromano.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=15950"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}