O canto gregoriano continua sendo o canto oficial da Igreja Católica de rito latino, recorda Julieta Veja García, licenciada em Filosofia e Letras -especialidade em História da Arte- e doutora em Geografia e História dentro da área de Musicologia.
É titulada profissional como professora de piano pelo Conservatório Superior de Música de Granada (Espanha) e diretora da “Schola Gregoriana llíberis” desde 1986.
Suas linhas de investigação se centram no Canto Gregoriano: patrimônio, teoria e prática, e a música nos conventos de clausura e outros meios eclesiásticos.
— O que é o “Canto Gregoriano”?
Julieta Vega García: É um canto milenar, patrimônio cultural da humanidade e continua sendo o canto oficial da liturgia romana, como recordou o próprio João Paulo II em 2003 em um Quirógrafo sobre a música sacra – por ocasião do centenário do Motu Proprio “Tra lê sollecitudini”, em que recordava as normas do Vaticano II acerca da música litúrgica.
— Por que se chama assim?
Julieta Vega García: Porque se atribui sua autoria ao Papa São Gregório Magno. Um dos pontos que mais chamam a atenção em seu fecundo pontificado é seu zelo pelo aperfeiçoamento da liturgia, alcançando grande importância seu impulso na organização definitiva do canto litúrgico, que se conhece sob o nome de canto gregoriano. Aos 35 anos, ele começou a dedicar-se ao serviço de Deus. A ele se deve a primeira grande reforma da Liturgia, de maneira especial do canto (daí o nome de canto gregoriano, que está na base da liturgia ocidental).
— Quando surgiu o Canto Gregoriano?
Julieta Vega García: Sua origem está na salmodia judaica, mas as primeiras partituras que se conservam foram escritas no Renascimento Carolíngio, no final do século IX.
— Qual é a relação entre o Canto Ambrosiano e o Canto Gregoriano?
Julieta Vega García: Antes da unificação que se produziu nos séculos IX-XI, cada região tinha suas próprias tradições: o Ambrosiano em Milão, o visigótico-mozárabe na Espanha, o velho romano, o galiciano… O gregoriano parece ser uma síntese entre galicano e velho romano. Em determinadas peças, há muita relação entre o Ambrosiano e o Gregoriano, mas o ambrosiano é um pouco mais ornamentado melodicamente.
— Existe atualmente produção de Canto Gregoriano? Qual é a aceitação social que se lhe outorga?
Julieta Vega García: Realmente a produção (entendida como composição) é inexistente. Há boa aceitação social deste antigo repertório, tanto em concertos como em missas, conferências, assistência e cursos, compra de música gravada, entre outros tipos de consumo.
(ZENIT.org-El Observador).
]]>Na música, por sua vez, o termo faz referência às composições feitas sobre os textos litúrgicos relatados na primeira acepção, muito embora haja ainda referências ocasionais a outras composições musicais em honra aos mortos. Os réquiems mais famosos foram compostos por Mozart, Brahms, Berlioz e Verdi.
O termo foi retirado da expressão requiem aeternam dona eis, que significa "dai-lhes o repouso eterno".
]]>O cântico ecoa diversas passagens do Antigo Testamento, porém a alusão mais notável são as feitas à Canção de Ana, dos Livros de Samuel. Juntamente com o Benedictus, e diversos outros cânticos do Antigo Testamento, o Magnificat foi incluído no Livro de Odes, uma antiga coletânea litúrgica encontrada em alguns manuscritos da Septuaginta.
No cristianismo, o Magnificat é recitado com mais frequência dentro da Liturgia das Horas. No cristianismo ocidental o Magnificat é mais cantado ou recitado durante o principal serviço vespertino: as Vésperas, no catolicismo romano, e a Oração Vespertina (Evening Prayer ou Evensong, em inglês), dentro do anglicanismo. No cristianismo oriental o Magnificat costuma ser cantado durante as Matinas de domingo. Em certos grupos protestantes o Magnificat pode ser cantado durante os serviços de culto.
TEXTO ORIGINAL EM LATIM:
Magnificat anima mea Dominum
Et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo.
Quia respexit humilitatem ancillæ suæ: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.
Quia fecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius.
Et misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum.
Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui.
Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles.
Esurientes implevit bonis et divites dimisit inanes,
Suscepit Israel puerum suum recordatus misericordiæ suæ,
Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et semini eius in sæcula.
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto
Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum.
Amen.
TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS:
A minh'alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegrou em Deus meu Salvador
Pois Ele me contemplou na humildade da sua serva
Pois desde agora e para sempre me considerarão bem-aventurada
Pois o Poderoso me fez grandes coisas
Santo é Seu nome!
A Sua misericórdia se estende a toda a geração daqueles que o temem
Com o Seu braço agiu mui valorosamente
Dispersou os que no coração tem pensamentos soberbos
Derrubou dos seus tronos os poderosos
Exaltou os humildes, encheu de bens os famintos
despediu vazios os ricos
Amparou a Israel Seu servo para lembrar-se da Sua misericórdia
A favor de Abraão e sua descendência
Como havia falado a nossos pais.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
O poema foi musicado por muitos compositores, como Antonio Vivaldi, Rossini, Dvořák e Pergolesi, Giovanni Pierluigi da Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, Joseph Haydn, Emanuele d'Astorga, Charles Villiers Stanford, Charles Gounod, Krzysztof Penderecki, Francis Poulenc, Karol Szymanowski, Alessandro Scarlatti (1724), Domenico Scarlatti (1715), Pedro de Escobar, František Tůma, Arvo Pärt, Josef Rheinberger, Giuseppe Verdi, Zoltán Kodály, Trond Kverno (1991), Salvador Brotons (2000), Hristo Tsanoff, Bruno Coulais (2005), Anorexia Nervosa (banda de rock black metal), e mais recentemente Karl Jenkins.
Em Portugal, o Stabat Mater dolorosa foi musicado por Pedro de Escobar, António Carreira e Pavia de Magalhães entre outros. No Brasil, recebeu música de Antônio Francisco Braga e também do compositor contemporâneo Amaral Vieira.
No "Christus", uma de suas maiores criações da maturidade, Franz Liszt utiliza os dois Stabat Mater: o Speciosa como terceiro movimento do Oratório de Natal, primeira parte de seu oratório, e o Dolorosa como décimo segundo movimento, na Paixão e Ressurreição, terceira parte dessa obra monumental. Antonio Vivaldi, 1669-1741, musicou o poema em uma obra para contralto solo órgão e cordas em 6 movimentos.
]]>Esse texto foi musicado por vários compositores, entre eles Marc-Antoine Charpentier, Henry Purcell, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz, Anton Bruckner, Antonín Dvorák, Antônio Francisco Braga e José Maurício Nunes Garcia.
Também o imperador Pedro I do Brasil compos um Te Deum.
Texto em Latim |
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Te Deum laudamus: Domine, et benedic hereditati tuae. Et rege eos, et extolle illos usque in aeternum. Per singulos dies benedicimus te; Et laudamus Nomen tuum in saeculum, et in saeculum saeculi. Dignare, Domine, die isto sine peccato nos custodire. Miserere nostri Domine, miserere nostri. Fiat misericordia tua, Domine, super nos, quemadmodum speravimus in te. In te, Domine, speravi: non confundar in aeternum. |
Sua inspiração parece vir da Vulgata, tradução de Sofonias 1,15–16:}
É também um dos hinos do Requiem de Mozart, Verdi e do contemporâneo Penderecki.
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O poema parece completo tal como está. Alguns académicos interrogam-se se o resto é um acrescento destinado a dar uso litúrgico ao poema:
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A expressão foi cunhada pela primeira vez durante a Idade Média, quando se decidiu que deveria haver uma teoria musical distinta para a música das missas e a música do culto, e tem em sua forma mais antiga o canto gregoriano. A música sacra foi desenvolvida em todas as épocas da história da música ocidental, desde o Renascimento (Arcadelt, Des Près, Palestrina), passando pelo Barroco (Vivaldi, Bach, Haendel), pelo Classicismo (Haydn, Mozart, Nunes Garcia), pelo Romantismo (Bruckner, Gounod, César Franck, Saint-Saëns) e finalmente o Modernismo (Penderecki, Amaral Vieira).
Algumas formas que se enquadram dentro da música sacra são os motetes, que são peças baseadas em textos religiosos – quase sempre em latim, os salmos, que são uma forma particular de motetes baseadas no Livro dos Salmos, a missa, oriunda da liturgia católica e geralmente dividida em seis partes básicas (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei) e o réquiem, ou missa dos mortos, que inclui as partes básicas da missa e mais outras (Dies Irae, Confutatis, Lacrimosa, etc.).
Alguns textos musicados em motete, por vários compositores, são:
Dies Irae