CORPUS CRISTI: ADORAR A DEUS OU APROVEITAR O FERIADO? – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Neste último dia 19, foi dia de Corpus Christi. Foi feriado nacional, e na paróquia onde eu resido não houve celebração, não houve procissão… e aos poucos eu vejo que os feriados religiosos se tornam apenas feriados. Feriados destinados ao descanso, laser, faxina; menos destinados a sua real finalidade.

A celebração de Corpus Christi foi instituida em 1264 pelo papa Urbano IV, atraves da bula "Transituru do Mundo", mas a festa já acontecia bem antes e teve seu inicio em 1193, quando a religiosa belga Juliana de Cornell teve uma visão da Virgem que a pediu para que fosse feita uma festa para honrar o Corpo de Cristo presente na Eucaristia. Além de honrar o Corpo de Cristo a bula também serviu para combater a heresia daqueles que negavam a presença real de Cristo na Eucarista, e pedir perdão pelos pecados cometidos pelo mundo.

A celebração é feita através da adoração externa do Corpo de Cristo presente na Eucaristia em forma de procissão. É feita na primeira quinta feira após a solenidade da Santíssima Trindade. E na quinta feira pois é neste dia que se  recorda a Instituição do sacramento eucarístico.

É uma festa  marcada por todo país pelos belíssimos tapetes confeccionados pelos fiéis, com materias dos mais diversos tipos , palha, areia colorida, pó de café, tampinhas… a primeira cidade a confeccionar os tapetes foi Ouro Preto em Minas Gerais, em suas ladeira e ruas cercadas de história e suas belas igrejas. Merece destaque a festa feita na cidade de Matão, interior de São Paulo, e outras pelo interior do país. A arte é feita por todos, de crianças a idosos, é uma verdadeira festa comunitária que antecede o ápice. Tudo de mais belo para Nosso Senhor Jesus.

O cuidado como o Santissimo e a reverência que o sacerdote tem ao sair com Ele em procissão merecem destaque especial. Dos paramentos aos cuidados com a combertura, e vai Ele em procissão na frente no alto. As mãos do sacerdotes não tocam o ostensório, de tanto cuidado e reverência que tem que se ter com o Santíssimo. Então se é assim, porque alguns grupos acham que simples leigos podem tocar, levantar, dançar, e fazer coisas que nem ouso citar com o Santíssimo?

É a prova de que o temor e a fé estão cada vez mais obscurecidas. Quando uma comunidade abre mão de fazer sua procissão com o Santissimo pelas ruas, é porque já não acredita mais, é por que seus padres já não creem mais na presença de Jesus no pão. Já não acreditam que Jesus pode Salvar as pessoas que estão a margem como Bartimeu, " filho de Davi tem misericórdia de mim, que sou pecador!". A adoração externa da Eucaristia é um ato de misericórdia com aquele que está à margem, que se sente excluído, é Jesus que vai ao seu encontro, que o acolhe e perdoa.

Acredito que seja de fundamental importância que os sacerdotes voltem a sucitar em seus fiéis a fé e a crença em Jesus Eucaristico. Que não abram mão das procissões em suas paróquias, que não se abstenham de fazer as celebrações, é bom lembrar que um povo sem a figura de seu pastor pode se perder com facilidade. Lembrem se de que Moisés foi ao monte, e como demorava o povo confeccionou o bezerro de ouro, caindo na idolatria.

Abraço fraterno!

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do Portal Catolicismo Romano.