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D. Manuel Clemente afirma importância da dimensão religiosa para respeitar cidadãos

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O novo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, afirmou em Bruxelas que o respeito pelo Cristianismo e outras religiões é fundamental para a defesa da cidadania na Europa e da identidade “plural” do continente.

“A coexistência democrática e plural sai fortalecida numa Europa a que todos pertençam, sem desvalorização do lugar de cada um, seja uma pessoa ou um grupo religioso ou sociocultural. Nisto reside um ‘espírito’ europeu que é importante reforçar, para benefício dos antigos e dos novos habitantes do continente”, declarou o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa num encontro de cerca de 20 responsáveis religiosos com os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

A reunião anual de alto nível teve como tema ‘Colocar os cidadãos no coração da Europa em tempos de mudança’ e associou-se ao Ano Europeu dos Cidadãos que se assinala em 2013.

D. Manuel Clemente realçou que Europa é “uma comunidade humana pluralista e admite uma grande diversidade do ponto de vista religioso e social”, mas lembrou que é “inegável” a importância do Cristianismo.

“A fundação cristã da Europa tal como a conhecemos, deixou-nos com uma característica fundamental, tão inovadora que só gradualmente prevaleceu entre os próprios cristãos: a distinção entre os campos político e religioso”, sustentou.

Segundo o prelado, especialista em História, este princípio “dá liberdade ao Estado e liberdade à crença religiosa, ao mesmo tempo que reconhece a ordem específica de cada um e a desejável colaboração mútua em tudo o que diga respeito ao serviço da dignidade dos cidadãos, crentes ou não”.

Durão Barroso, por sua vez, disse que perante a crise se tem vindo a sentir cada vez mais a necessidade dos “valores da solidariedade e da equidade”.

“A crise segue em conjunto com o ressurgimento de medos antigos que sabíamos existirem na Europa do passado e que podem, efetivamente, regressar a qualquer momento”, observou o presidente da Comissão Europeia, para quem é necessária vigilância sobre estas tendências, “incluindo todas as formas de discriminação”.

“Estou profundamente convencido de que tanto os que encontram na religião a fonte dos valores humanos como os que veem esses valores surgir de fontes não confessionais têm um contributo essencial a dar”, concluiu.

O diálogo entre as instituições comunitárias e responsáveis religiosos está consagrado no Tratado de Lisboa.

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