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Vaticano diz que afirmações de Ali Agca sobre Khomeini são “novas mentiras”

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Num comunicado divulgado no site da Rádio Vaticano, o porta-voz do Vaticano,  padre Federico Lombardi, reagiu, num tom irónico, às declarações de Ali  Agca. 

"A nova verdade ou melhor as novas mentiras de Agca", afirmou o representante  da Santa Sé.

Num livro hoje lançado em Itália, intitulado "Prometeram-me o paraíso.  A minha vida e a verdade sobre o atentado contra o papa", Ali Agca, que  sofre de problemas mentais, contou como chegou ao Irão depois de ter fugido  de uma prisão turca, onde cumpria pena pelo assassínio de um jornalista.

Na obra, Ali Agca recordou que durante a sua estadia em Teerão foi "doutrinado"  durante várias semanas, antes de um encontro noturno com o guia supremo  da revolução iraniana.

No encontro, o ayatolah Khomeini terá instruído o turco a matar João  Paulo II, que ficou gravemente ferido mas que sobreviveu à tentativa de  assassínio. 

"Tens de matar o papa em nome de Alá. Tens de matar o porta-voz do diabo  na terra", afirmou então o líder iraniano, segundo o testemunho de Ali Agca.

No livro, Ali Agca contou igualmente pormenores sobre o seu encontro  com João Paulo II, que o visitou na prisão em Roma, em 1983. 

"Quem ordenou a minha morte?", questionou João Paulo II, segundo o relato  de Ali Agca, que acabaria por contar as instruções do líder iraniano. O  turco acrescentou que o pontífice perdoou todos os envolvidos. 

O porta-voz do Vaticano rejeitou esta versão dos acontecimentos, depois  de ter questionado o cardeal Stanislaw Dziwisz, antigo secretário particular  de João Paulo II, que também esteve presente no encontro.

"Ele nega em absoluto que os [dois homens] tenham falado de eventuais  responsáveis e do ayatolah Khomeini", indicou Lombardi, acrescentando que  o antigo secretário também negou que o papa terá convidado Ali Agca a converter-se  ao cristianismo. 

Federico Lombardi desmentiu igualmente que o papa João Paulo II terá  escrito a Ali Agca a reiterar o convite para a conversão e que o então cardeal  Joseph Ratzinger, atualmente o papa Bento XVI, terá enviado as cartas. 

"A resposta foi muito clara: ele recebeu as cartas de Agca, mas nunca  respondeu", afirmou o porta-voz do Vaticano.

O padre Lombardi também negou que o Vaticano terá equacionado uma possível  pista islâmica, referindo que a pista relacionada com a corrente comunista  foi sempre "mais plausível".

O turco disse inicialmente que o atentado contra João Paulo II tinha  sido organizado pelos serviços russos secretos (KGB) e um grupo de diplomatas  búlgaros. 

Mehmet Ali Agca, de 55 anos, cumpriu 19 anos de prisão em Itália, tendo  sido posteriormente deportado para a Turquia, onde cumpriu mais 10 anos  de prisão. O turco foi libertado em janeiro de 2010. 

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