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Em discurso ao corpo diplomático do Vaticano, Papa Francisco pede a criação do Estado Palestino

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Em discurso ao corpo diplomático do Vaticano nesta segunda-feira (12), o papa Francisco pediu a retomada das negociações entre Israel e Palestina e a criação de dois Estados.

 

"[Que o Oriente Médio] possa recomeçar as negociações entre as duas partes, com intenção de fazer cessar a violência e a chegar a uma solução que permita tanto ao povo palestino como aos israelenses viverem em paz, com fronteiras claramente definidas e reconhecidas internacionalmente. Assim, a solução da criação dos dois Estados se tornará efetiva", discursou.

 

Durante a audiência na Santa Sé, o Pontífice voltou a destacar que o mundo vive uma "verdadeira guerra mundial combatida em partes" e que o "Oriente Médio sem cristãos ficará desfigurado e mutilado".

 

Sem citar o nome Estado Islâmico (EI, ex-Isis), o líder da Igreja Católica afirmou que é necessário ter uma "resposta unânime" da comunidade internacional.

 

"Pelas agressões injustas, é preciso uma decisão unânime que, no quadro do direito internacional, pare a propagação da violência, restabeleça a concórdia e sare as profundas feridas que os desdobramentos dos conflitos provocaram", disse. Ele ainda voltou a pedir que "os líderes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos, condenem qualquer interpretação fundamentalista e extremista da religião".

 

Destacando o fundamentalismo religioso, Jorge Mario Bergoglio falou que ele, além de "perpetrar horrendos massacres, refuta Deus para um mero protesto ideológico". Ainda no tema terrorismo, o Papa voltou a falar sobre os atentados de Paris na última semana.

 

Segundo o líder, o ataque "nasceu de uma cultura que rejeita o outro, rompe os laços mais íntimos e verdadeiros com o fim de dissolver e desintegrar toda a sociedade e para gerar violência e morte".

 

Guerras locais

 

No dia em que o Paquistão lembra o primeiro mês da tragédia da escola militar de Peshawar, que matou 141 pessoas – entre as quais 132 crianças e adolescentes, o Pontífice destacou que "desejo renovar as minhas condolências às suas famílias e asseguro as minhas orações por tantos inocentes que perderam a vida".

 

Já sobre a Ucrânia, Bergoglio afirmou que o país virou um "dramático cenário de confrontos" e pediu que, "através do diálogo, se consolidem os esforços para cessar as hostilidades".

 

O sucessor de Bento XVI também lembrou os confrontos na Nigéria, dizendo que "as formas de brutalidade" no local fazem vítimas entre as crianças e as pessoas indefesas. Ele lembrou ainda o "trágico fenômeno" dos sequestros e disse que é preciso erradicar o rapto de meninas para serem vendidas como objetos.

 

Além de se preocupar com o fim dos conflitos, Bergoglio também lembrou a situação das mulheres nas zonas de guerra.

 

"Não se pode esquecer que as guerras trazem consigo outro crime horrível, que é o estupro. Isso é uma gravíssima ofensa à dignidade das mulheres, que não são só violentadas na intimidade de seu corpo, mas também na sua alma. Esse é um trauma que dificilmente será esquecido e que traz ainda consequências de caráter social", ressaltou.

 

Ebola

 

O Papa discursou também que "entre os leprosos de nosso tempo, estão as vítimas desta nova e tremenda epidemia de ebola". Ele aproveitou para elogiar o empenho dos médicos, enfermeiros, religiosos e voluntários que estão ajudando a confortar e curar os doentes.


EUA x Cuba

O Pontífice relembrou a  volta das conversas entre Cuba e Estados Unidos e disse que esse é um "exemplo" de como o diálogo "pode edificar e construir pontes". Ele ainda saudou positivamente a decisão dos norte-americanos de fechar a prisão de Guantánamo e agradeceu a "generosa disponibilidade de alguns países" em receber os presidiários.

 

Irã

 

Bergoglio ainda pediu que o acordo nuclear do Irã seja resolvido "rapidamente" e elogiou os esforços feitos até o momento nessa direção.

 

ONU

 

Durante seu discurso, o sucessor de Bento XVI lembrou o aniversário de 70 anos da Organização das Nações Unidas (ONU). "No dia 6 de agosto de 1945, a humanidade assistia a uma das maiores catástrofes de sua própria história. Desse cenário que lembra a tragédia, que foi a Segunda Guerra Mundial, surgiu uma vontade nova de diálogo e dessa vontade teve vida a ONU", disse.

 

Citando uma frase dita pelo papa Paulo VI na sede da entidade em Nova York há 50 anos, ele destacou que "o sangue de milhões de homens os inumeráveis sofrimentos sancionam o pacto que une, com um juramento, mudar a história futura do mundo: não à guerra! Não à guerra".

 

Itália

 

Sobre a grave crise econômica que vive a Itália, Francisco disse que envia um "pensamento especial de esperança" porque no atual clima de "incerteza social, política e econômica, o povo italiano não ceda à falta de vontade e a tentação dos conflitos". Ele ainda pediu que os italianos "redescubram" os valores de atenção recíproca e solidariedade que são a base de sua cultura e de convivência civil, "especialmente para os jovens".

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