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Vaticano nega que tenha falhado em mediação na Venezuela

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O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, negou nesta quinta-feira (3) que a Santa Sé tenha falhado na mediação de paz que liderou entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição na Venezuela.

“Não, não há nenhuma falência. A diplomacia da Santa Sé é uma diplomacia de paz, que não tem interesses de poder, nem políticos, nem econômicos e nem ideológicos”, disse Parolin em entrevista ao jornal católico italiano “Avvenire”.  

No ano passado, o Vaticano liderou uma negociação – que contou com a presença de políticos internacionais e entidades regionais – para tentar acalmar a crise política, social e econômica que se agrava semana após semana no país.   

No entanto, após uma série de reuniões, a oposição anunciou que não participaria mais dos debates com o governo porque Maduro não cumpria o que era acordado nos encontros. Entre os principais problemas estavam a resistência do presidente a fazer a convocação de novas eleições, a libertação dos presos políticos, a criação de corredores humanitários para a passagem de alimentos e remédios e a restituição dos poderes da Assembleia Nacional.   

“O Papa lembrou que, quando nos encontramos perante uma situação de crise precisamos sempre considerar como obra da Santa Sé. É por uma diplomacia proativa e não apenas reativa que nós buscamos levar nossa contribuição. Se isso não acontece às vezes, não deixa de ser importante começar a fazer”, acrescentou.   

Em situações de graves crises como a da Venezuela, mas também na Síria, o cardeal ressalta que o apelo feito pela entidade e pelo papa Francisco é sempre de “dizer que todos considerem, sobretudo, o grito das pessoas, dos pobres”.   

“Geralmente, fica-se surdo perante o grito que sai da base, das populações que pedem uma grande voz de paz. Não apenas palavras.   

É só ver as lacerações que tantos povos são obrigados a enfrentar. Isso é um grito de paz”, disse ainda ao jornal.   

Para Parolin, “os responsáveis precisam se abrir a esse grito e não ficar fazendo jogos na pele das pessoas”.   

O Vaticano foi formalmente convidado para participar das negociações tanto pelos líderes da oposição como pelo governo de Maduro. Desde que assumiu seu Pontificado, em 2013, o Pontífice atuou ativamente em outros dois processo de paz no mundo.   

O primeiro foi a retomada das relações diplomáticas entre os Estados Unidos, na época governado por Barack Obama, e Cuba, liderada por Raúl Castro. O segundo foi o fim da guerra colombiana, que durou mais de 50 anos, com um acordo de paz e deposição de armas entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo de Juan Manuel Santos.

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