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A fé obscurecida na Europa – Por Mônica Romano

Paramentos Litúrgicos

O incêndio que destruiu a quase milenar catedral de Notre-Dame em Paris, fez o mundo olhar para a situação de flagelo e últimos suspiros do cristianismo europeu.

Com a chegada de milhares de imigrantes de confissão religiosa muçulmana nas últimas décadas, a religião cristã agoniza nos grandes centros europeus.

Desde 2007 um grande esforço dos governos socialistas para demolir mais de 2800 templos cristãos católicos na França, que foram substituídos por shoppings, lojas, imóveis e até estacionamentos, resultou no desastre que vemos nos dias de hoje.

Os governos com suas raízes de esquerda acham que mais vale a pena pagar os custos da demolição do que os custos da restauração desses templos. Houve um caso em Paris, mais exatamente na Igreja de Santa Rita, em que o padre e os fiéis foram expulsos por pessoas que compraram o terreno e precisavam demolir a igreja para construir uma mesquita. Sim, em sua maioria os compradores são grupos muçulmanos que compram estas áreas para construção de mesquitas, já que é enorme a população muçulmana nascida em solo europeu e grande a massa de imigrantes aceitos na Europa.

Na Inglaterra, onde a Igreja Anglicana é quem manda, a situação não é diferente e mais de 2 mil templos foram fechados nas últimas décadas, lugares onde menos de 10 fiéis em sua maioria idosos se reúnem. Os custos de manutenção não permitem que esses templos se mantenham abertos, então surgiram as “igrejas de feriado” que só são abertas em épocas especiais como Natal e Páscoa e são frequentadas por turistas e pseudos cristãos que frequentam a Igreja em ocasiões raras.

Na França a líder da direita, Marine Le Pen, chegou a dizer: “Ao invés do governo demolir as igrejas deveria demolir as mesquitas dos radicais”.

No mês de março desse ano, ao menos 12 igrejas foram atacadas, saqueadas, e profanadas. Em 17 de março, após a celebração Eucarística a histórica igreja de Saint-Sulpice teve seus pórticos incendiados, atingindo também os vitrais, um ataque que até o momento não foi esclarecido.  Na cidade de Nimes, a igreja de Notre-Dame des Enfants, a profanação se deu através da cruz ter sido “pintada” com excrementos humanos, teve seu altar saqueado, roubo de hóstias consagradas que depois foram encontradas no lixo. Na cidade de Dijon a igreja de Notre-Dame teve o Tabernáculo arrombado, suas hóstias consagradas jogadas no chão e pisoteadas. Em Lavaur, jovens torceram o braço da estátua de Jesus crucificado para que parecesse estar fazendo um gesto obsceno, além de outros ataques coordenados.

Parece que a cereja do bolo ao ataque da fé foi o incêndio ocorrido na famosa catedral de Notre-Dame em Paris, ela por si só um patrimônio artístico de valor incalculável, que abrigava várias obras de arte e relíquias, entre elas a coroa de espinhos que dias antes foi removida do local.

Isso é o que nossos olhos veem, mas o que escandaliza é o que o nosso coração vê. Já estamos vivenciando a perseguição outrora tão sofrida pelos primeiros mártires e tudo é escondido, milhares de cristãos são perseguidos e mortos em todas as partes do mundo, mas todos fingem não ver. Nossa fé assim como o Corpo de Cristo é pisoteado todos os dias, nossos valores jogados no lixo, somos acusados, apontados de julgadores, de não deixarmos o mundo “evoluir” de vivermos no passado com nossas tradições, até dentro da própria Igreja há o grito dos revolucionários. O que o mundo não pode esconder foi a destruição da fé na França e assim na Europa.

Centenas de jovens de joelhos, rezando o terço e chorando é um lírio nascendo no lodo que se transformou o cristianismo europeu. A mídia nega que chorem e se compadecem pela fé e sim pela perda histórica, mas eu creio que a fé renascerá.

Que aqueles cristãos que realmente estão comprometidos com Cristo assumam – como soldados – que o dia da conversão é hoje.

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora dos portais Catolicismo Romano e Rádio Italiana.

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