A VERDADE É RELATIVA? – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO
Sei que muitos não concordarão, ficarão contrariados, mas não seria eu mesma se não expusesse minha opinião a respeito.
Embora muitos tenham defendido o Padre Fábio de Melo, dizendo que ele não poderia proibir a brilhante atriz Nicete Bruno, espirita publicamente declarada de receber a Sagrada Eucaristia, acho que ele poderia ter adotado outra atitude, e assim zelaria pela imagem da família da atriz e não atrairia para si mais esta polêmica.
De fato, na fila da comunhão nem padre e nem ministros, mesmo sabendo da condição irregular do fiel não podem mesmo tomar tal decisão, cabendo ao fiel a responsabilidade de não se aproximar do Corpo de Cristo sem que esteja apto para tanto. " Por que o que come e bebe indignamente, come e bebe para si mesmo a própria condenação". I cor 11,23-30.
Mas não é o padre amigo íntimo da família? Na sua intimidade, antes da celebração, não poderia ele ter feito uma catequese e explicado os motivos da não recepção do Sacramento a atriz? Não pelo simples fato de ela não fazer parte da comunidade católica, não por ela não acreditar que Cristo seja seu Salvador, e sim pelo fato de ela ser declaradamente espírita, ela mesma se colocou na condição de "excluída" , excomungada ao se declarar assim, não foi a Igreja que a delatou, este é o fato que gerou escândalo.
Vejam o que diz o documento da CNBB de 1953 sobre a questão:
" Os espiritas devem ser tratados, tanto no foro interno como no foro externo, como verdadeiros hereges e fautores de heresias, e não podem ser admitidos à recepção dos sacramentos, sem que antes reparem os escândalos dados, abjurem o espiritismo e façam a profissão de fé".
Segundo o novo código de direito canônico ( 1983 ) , chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Santo Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou se dúvida pertinazmente a respeito dela" can. 751, e no can. 1364, par 1, a nova legislação eclesiástica determina que o herege incorre automaticamente em excomunhão, isto é: deve ser excluído da recepção dos Sacramentos. Can 1331, par 1, não podem ser padrinhos de Batismo, can 874, nem confirmação, can 892 e não lhe será lícito receber o Sacramento do matrimônio sem licença especial do Bispo, can 1071 e sem as condições indicadas pelo can 1125. can 316 não pode ser membro de associação ou irmandade Católica.
Que a atriz não soubesse o que ensina a Santa Madre Igreja, nada podemos argumentar, mas dizer que o padre Fábio não soubesse, é admitir que seu seminário foi muito falho, não só com ele, mas com a própria Igreja.
As defesas em função do "acolhimento" da atriz e de sua família são justificáveis, a Igreja está sempre de portas abertas para acolher a quem quer que seja, desde que aceite seus ensinamentos, que faça uma contrição digna , abjure de seus falsos conceitos, receba a sã doutrina e coloque em prática seus ensinamentos.
Eu nem sempre fui católica durante toda minha vida, já andei por muitos lugares, já fui como o filho pródigo, e gastei minha herança ( graça ) com falsas doutrinas, falsa felicidade, mas só de volta a Igreja, encontrei o que buscava. E não pense que é fácil admitir o erro e fazer o caminho de volta, não é.
Existem certas frases mentirosas que por mais que sejam propagadas nunca serão a Verdade, umas delas é dizer que a "na Igreja Católica tudo é permitido, tudo pode". Não é verdade, ainda que alguns membros dela se dobrem às modernidades o mundo, o Magistério não "aceita tudo" não concorda com tudo.
Frei Boa Ventura já nos alertava a muitos anos atrás para o que hoje se tornou normal e comum e causa de confusão e divisão na Igreja e inertes, aqueles que deveriam zelar pelo depósito da fé, lavaram as mãos:
"Uma das idéias mais perigosas e sedutoras que a propaganda espírita difunde pelo povo ( e que é muito difícil de eliminar da cabeça também de grande número de católicos, já infeccionados por semelhantes teorias), é dizer que todas as religiões são boas, que todas elas levam por diversos caminhos, para o mesmo fim, que a vida do homem não depende daquilo que crê, mas pela vida que levou, que por isso em suma, o essencial e o único necessário é praticar a caridade e a benevolência, mas mole e fraco na vida moral ( e por isso avesso à rigidez dos princípios morais da Igreja), o brasileiro é adepto entusiasta e vítima fácil de semelhante propaganda. Basta apelar à caridade, e o brasileiro se rende".
Frei Boaventura defende em seu livro que os católicos são pegos pela curiosidade e pela caridade. As obras assistencialistas feitas em grande escala pelos Centros Espíritas eram um meio de divulgar e trazer mais adeptos aos centros, sejam eles católicos ou não.
Ou seja, através da benevolência da caridade, do acolhimento, o único intuito é tirar o fiel da Igreja e levá-lo a perdição.
Caridade, amor ao próximo, benevolência são atributos do cristão. Todos devemos ser assim, mas só isto não basta. É preciso demonstrar o agradecimento pela redenção, é preciso participar ativamente desta redenção, é preciso ser fiel à promessa de Cristo. Por isso nem sempre é com palavras doces e aceitação que salvamos um irmão. às vezes é preciso ser duro, é preciso a vara, até Jesus fez uso dela. Se nossos pais que são as pessoas que mais nos amam não nos corrigissem e aceitassem tudo o que fizéssemos, o que seria de nós?
Então, porque é tão difícil aceitar que se errou? Porque é tão difícil reparar o erro? Por que a atitude mais normal é atacar e desqualificar aquele que tenta mostrar o erro?
A Verdade não é relativa, a Verdade é absoluta, e é uma só. A Verdade não admite matizes, na Verdade não cabe do discurso do politicamente correto. Só existem dois caminhos, o estreito e o largo, Jesus deixou isso muito claro nos Evangelhos e ainda revelou qual deles leva a Deus. A escolha quem faz somos nós.
O caminho do cristão é estreito e cheio de pedregulhos, o cristão não deve ter medo da cruz, do sofrimento, dos ataques, pois Jesus nos advertiu que estas coisas aconteceriam. O mundo "cor de rosa" e açucarado está no caminho largo.
Quem escolhe o caminho é você.
Na esperança de ter contribuído para a edificação de muito de vocês , despeço-me desejando que Maria que foi o exemplo mais sublime de seguidora de Jesus, cobra-os com seu manto.
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do Portal Catolicismo Romano.
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