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A VIA ALEMÃ PARA A SUBVERSÃO DA IGREJA CATÓLICA – POR MARCO TOSATTI

Paramentos Litúrgicos

Uma conversa com um prelado americano traz à tona analogias entre a estratégia do Cardeal Marx, da Alemanha, e tudo que aconteceu nos Estados Unidos com a criação de grupos católicos a favor do aborto. Mas, aqui, a estratégia está diretamente apontada contra o coração da Igreja: a Eucaristia.

Há alguns dias, falava com um prelado estadunidense da Igreja sobre alguns desenvolvimentos de uma situação de crise e de confusão que se estão verificando, particularmente na Alemanha. O tema central era a intercomunhão, isto é, a possibilidade que os cônjuges protestantes pudessem participar [comungar] da Eucaristia, mas sem se converter ao catolicismo, permanecendo, então, na fé em que se encontravam.

Já assistimos as diversas fases do balé. A aprovação do subsídio pastoral por parte da Conferência Episcopal alemã, o apelo feito por sete bispos e cardeais a Roma, ao aparente “stop” da Congregação para a Doutrina da Fé, o adiamento de uma discussão para o outono, as declarações do Pontífice sobre as responsabilidades de cada bispo, as declarações a favor do experimento de alguns bispos, aos quais, porém, responderam sacerdotes de sua própria diocese… Enfim, uma situação de extrema confusão e de pouca clareza, em que se evidencia o impulso propulsionado dos bispos alemães, não adequadamente controlado e freado por quem, em Roma, teria autoridade de fazê-lo.

Mas, o amigo do outro lado do oceano me fez perceber algo interessante. Isto é, o modelo de estratégia posto em operação pelo Cardeal Marx e os seus colegas. Uma estratégia que ele conhece bem, porque a viu idealizada e posta em prática no seu país. Quando foi criado o Conselho Populacional para o controle do crescimento da população, nasceram as Católicas pelo Direito de Decidir, que são aquelas que se dizem católicas e, ao mesmo tempo, apoiam o aborto. Ajudadas pela Fundação Ford, foram cumpridos diversos passos.

O primeiro foi o de criar mudanças conceituais para quanto dizia respeito ao aborto e à regulação da natalidade. Uma vez lançadas as bases ideológicas e filosóficas da operação, passou-se ao momento sucessivo, em que se criavam discussões públicas para mover a opinião pública e colocar o problema em primeiro plano, nos tempos e nos modos queridos pelos organizadores da campanha. Na época, o objetivo era mudar, como de fato aconteceu em vários países, e como recentemente aconteceu na Irlanda, a lei civil sobre o aborto. E, não por acaso, Lifesitenews, um verdadeiro watchdog sobre estes temas, ainda recentemente denunciou como a Ford Foundation tenha distribuído milhões de dólares para organizações “católicas” que promovem o aborto na América Latina

Mas, fazia-me notar o prelado, o objetivo dos bispos alemães parece de alcance e gravidade muito maiores, enquanto a tentativa é de mudar a lei eclesiástica, e sob o ponto mais central e delicado, isto é, a Eucaristia. Uma verdadeira revolução na Igreja, desde dentro. E que prosseguiria, depois, outros objetivos, que já se estão delineando: o celibato eclesiástico, através dos “viri probati”, o diaconato feminino e a contracepção com métodos químicos ou mecânicos.

 

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