Acusado de pedofilia, britânico Keith Michael O’Brien renuncia a direitos de cardeal
O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira (20) a renúncia aos direitos de cardeal do britânico Keith Michael Patrick O'Brien, que já foi acusado de cometer pedofilia na década de 1980. O religioso, de 77 anos, é arcebispo emérito de Saint Andrews e de Edimburgo.
Com a renúncia, O'Brien continua como sacerdote e bispo, e conserva o título de cardeal, mas não mantém os direitos e obrigações do cargo, entre eles as reuniões do colégio de cardeais e os conselhos ao Papa. De acordo com um boletim divulgado pela Santa Sé, a decisão "foi tomada após um longo período de orações" e não se trata de uma renúncia imposta por algum tipo de julgamento.
"Com este procedimento, a Sua Santidade manifesta a todos os fieis da Igreja Católica na Escócia a sua solicitude e encoraja a continuar com confiança o caminho de renovação e reconciliação", disse a nota. Em 2013, O'Brien renunciou ao seu direito de participar do conclave que elegeu o papa Francisco como sucessor de Bento XVI.
O religioso afirmou estava com a saúde frágil, mas especulações ressaltam que membros do Vaticano teriam pressionado sua ausência para evitar polêmicas. Na ocasião, ele também abriu mão da gestão da arquidiocese de Saint Andrews e Edimburgo.