CNBB afunda de vez a herética Campanha da Fraternidade
As redes sociais estão em alvoroço: fieis católicos manifestaram publicamente o seu repúdio ao escândalo do texto base da CF2021. Por outro lado, começou o corre-corre dos engajados para tentar estancar a sangria. Mas, infelizmente para eles, parece que a tática não vai dar certo, pois não passa de uma tentativa de defender o indefensável. Desta vez, a CNBB deu um passo maior do que a perna.
A tentativa de “abafamento” movida especialmente pelo CNLB – Conferência Nacional dos Leigos do Brasil está seguindo a estratégia da “mudança de assunto”: ou seja, ao invés de discutir o texto-base da Campanha da Fraternidade em si, concentram suas forças no ataque aos debatedores. “Extremistas”, “fundamentalistas”, “reacionários”, “diabólicos” são termos recorrentes nas manifestações destes que se vangloriam de combater “discursos de ódio”. Um exemplo disso é a nota publicada pelo Centro Alceu de Amoroso Lima, e divulgada por bispos através do WhatsApp, que acusa o vídeo do Centro Dom Bosco de ser contra o ecumenismo e o diálogo-interreligioso (ok, meninas; mas o assunto não é este!).
Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, vestiu sua batina frisada (dando uma impressão solene, importante, bem ao estilo de um Cardeal Ottaviani), e gravou um vídeo com a única finalidade de acalmar a calorosa polêmica. Em suma, tentou “limpar a barra” da CNBB, dizendo que o texto (do qual ele muito timidamente, e também com certo medo, tomou distância e disse discordar) foi preparado pelo CONIC – Conselho Nacional de “Igrejas” Cristãs.
Obviamente, a melhor parte do vídeo são os comentários. O povo não está mais dormindo, como gostariam esses senhores.
Pois bem, a pergunta verdadeira é: como é possível que a CNBB endosse um texto base como esse, que adota a linguagem homossexual, que assume dados do Grupo Homossexual da Bahia e ainda atribua a violência contra eles ao “fundamentalismo religioso”? Além de emprestar os fieis católicos e a quaresma para o CONIC (aliás, quem faz a CF são maximamente as paróquias católicas, não as comunidades protestantes), a CNBB está permitindo pacificamente que nós sejamos usados como caixa de ressonância do Movimento LGBT?
Vejam a citação do n. 68 do Texto Base da CF2021:
“Outro grupo social que sofre as consequências da política estruturada na violência e na criação de inimigos, é a população LGBTQI+. O já citado Atlas da Violência de 2020, mostra que o número de denúncias de violências sofridas pela população LGBTQI+ registradas no Dique 100 no ano de 2018 foi de 1685 casos. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia apresentados no Atlas da Violência 2020, no ano de 2018, 420 pessoas LGBTQI+ foram assassinadas, destas 210, 64 eram pessoas trans. Percebe-se que em 2011 foram registrados 5 homicídios de pessoas LGBTQI+. Seis anos depois, em 2017, este número aumentou para 193 casos. O aumento no número de homicídio de pessoas LGBTQI+, entre 2016 e 2017, foi de 127%. Estes homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso, de vozes contra o reconhecimento dos direitos das populações LGBTQI+ e de outros grupos perseguidos e vulneráveis” — note-se que a sigla LGBTQI+ diz respeito a: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e o + inclui qualquer outro gênero que houver; o termo “queer” vem do inglês e significa “estranho, diferente, bizarro”, e está na base do movimento internacional de gênero, que defende que a construção da identidade de gênero deve ser fluida, ou seja, o normal é ser bizarro.
Os bispos da CNBB estão jogando a Campanha da Fraternidade, sofrível desde sempre, definitivamente no lixo. Eles são os responsáveis por essa desmoralização diante do povo católico.
Não adianta eles tentarem culpar os grupos críticos. Eles precisam bater no peito e assumir a culpa por esse absurdo! Como é que um texto desses foi parar num documento que é a própria base para a Campanha da Fraternidade? Quem fez isso? Quem aprovou isso? Foi a Presidência, foi o Conselho permanente? Estas são as perguntas que se devem fazer e é isso que deve ser enfrentado.
Enquanto não fizerem isso, não adianta os bispos se fazerem de vítimas e apelarem para a sua autoridade de “sucessores dos Apóstolos”, pois, neste caso, são eles que se fazem indignos desta excelsa condição, a qual estão ultrajando pela sua ambiguidade e subserviência às ideologias mais macabras que existem.