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CONFISSÃO – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO
Estamos na Quaresma, e neste tempo a proposta da Igreja é que olhemos para nossas atitudes como cristão. É tempo de se retirar para o deserto e avaliar como estão os frutos que apresentaremos ao Senhor. Depois desta sucinta análise pessoal, a Igreja nos convida a reconciliar com Cristo e com os irmãos, e o Sacramento indicado para isso é a Confissão e a Reconciliação.Sei que a ala moderna da Igreja gostaria de ver a palavra "confissão", extirpada de nossa fala, mas o que o Sacramento da "reconciliação" é, se não uma confissão?
Ainda bem que com alegria vejo novamente os confessionários de volta as igrejas. Gostaria também de ver mais sacerdotes disponíveis dentro deles .
Mas tem muito fiel desinformado, ou pouco esclarecido sobre as regras para este sacramento, portanto vamos saber exatamente o que é Sacramento da confissão, (reconciliação), confissão auricular, confissão comunitária e confissão de Extrema Unção.
O sacramento da Confissão foi instituído pelo próprio Jesus, quando de sua ressurreição, assim Ele disse : " Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados, aqueles aos quais retiverdes, serão retidos." Jo 20,22-23.
Assim Jesus conferia aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, mas observem bem, Jesus soprou-lhes o Espirito Santo, como homens comuns, não teriam este poder, assim o sacerdote que é investido de Jesus tem o poder de perdoar-nos os pecados. Não se trata de confessar os pecados a um homem comum, é o próprio Cristo que nos absolve dos nossos pecados.
Tanto o Catecismo da Igreja Católica, quando o documento conciliar de Trento, Agnus Dei, tratam do assunto com a máxima importância. A reconciliação, confissão se faz necessária para que nos resgatemos nossa condição de filhos amados de Deus.
Após o Batismo, somos novo homem em Cristo, mas somos todos passíveis de cometer erros, e arrependidos, temos esta condição de voltarmos a graça de Deus.
Um dos mandamentos da Igreja é, confessar-se pelo menos uma vez no ano, na ocasião da Páscoa. Entendam, pelo menos uma vez, não quer dizer uma vez e basta. O fiel cristão tem a disposição o Sacramento da Confissão sempre que necessitar . E jamais deve se aproximar do Corpo e Sangue de Cristo se estiver em pecado grave.
Mas o que devo confessar? Eu não tenho pecado. Coisa mais comum de se ouvir não é mesmo? A pessoa que assim pensa já esta cometendo um pecado, todos somos pecadores, em maior ou menor escala, cometemos pecados, uns mais outros menos, mas sempre temos algo para reparar. Me lembro de meus catequizandos em véspera de receberem o Corpo de Cristo em sua primeira Eucaristia, todos nervosos, preocupados… para dizer a verdade, lembro-me de mim mesma na fila da minha primeira confissão, não sabia o que falar com o padre, mas sabia que tinha pecados. E minha filha então, que foi minha catequizanda, na hora de ela ir se confessar, não é que tirou uma lista, isto mesmo uma lista enorme, como as de supermercado e foi toda segura se confessar. Bem, voltemos a nossa reflexão, para que eu confesse um pecado, primeiro é necessário um bom exame de consciência, para que eu tenha cometido uma falta grave, eu tenho que ter consciência de que o que eu fiz é errado, e usando do meu livre arbítrio eu cometi. Depois, é preciso ter arrependimento genuíno. Tem que ter o firme propósito de não mais errar. E reparar o erro.
A confissão deve ser individual e auricular, isso mesmo ao ouvido, somente fiel e confessor. A Igreja é mestra, por isso o confessionário é tão importante. O Sacerdote sabe que poderá ouvir muitos pecados, de vários tipos, de várias pessoas, pelas mais infinitas circunstâncias, mas quem está se confessando sempre se sente envergonhado, e abatido, geralmente não tem muita confiança no perdão de Deus, assim os confessionários deixam as pessoas mais seguras e a vontade para liberar todo o peso do pecado, o que eu acho que dificilmente ocorre quando estamos face a face com o sacerdote, mas em todo o caso, cabe ao fiel ter certeza de que Deus o ama e o quer de volta.
Após ouvir atentamente a confissão o sacerdote dará a absolvição e a penitência ao fiel, que deverá cumpri-la. Pronto, dali saiu um homem renovado, e pronto para receber as graças de Deus.
É muito comum o fiel confundir Confissão Comunitária, com mutirão de Confissão. A confissão comunitária é concedida em casos extraordinários, como perigo de morte, guerras, acidente eminente, como queda de avião ou naufrágio, um grande número de fiéis e insuficiência de sacerdote para ouvi-los. E mesmo assim, não se concretizando os fatos acima, os fieis são obrigados a procurarem a confissão individual o mais urgente possível.
Já o mutirão de confissão é diferente, as paróquias se reúnem marcam um determinado dia, e muitos padres ficam a disposição para ouvir os muitos fiéis individualmente.
Não podemos participar da Comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, indignamente, para isso, no inicio de toda celebração existe o Ato penitencial, que perdoa nossos pecados leves, para que possamos receber com dignidade o Alimento para nossa alma.
Confissão na Extrema Unção. A Igreja também confere aos fiéis um ultima absolvição dos pecados na ocasião da Extrema Unção. É um suporte a mais para a alma que já antecipa sua entrada no Reino dos céus, uma alma que precisa de conforto, e paz.
Na esperança de ter compartilhado informações importantes com vocês, despeço-me sugerindo que nesta Quaresma faça você também uma perfeita contrição, é o momento oportuno para retornar à Casa do Pai, e festejar como Cristão novo a próxima Páscoa.
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do Portal Catolicismo Romano.