Festa da Invenção da Santa Cruz – 03 de maio
Embora, infelizmente, não exista mais no calendário universal da forma ordinária, a Festa da Invenção da Santa Cruz ainda está presente nas dioceses mexicanas e filipinas, por especial privilégio da Santa Sé. Em algumas igrejas e dioceses brasileiras também há essa festa mesmo na forma ordinária.
Com a reforma de 1960, nem mesmo no calendário tradicional a festa consta.
Após aquela insigne vitória que Constantino obteve sobre Maxêncio, quando recebeu de Deus o sinal da Cruz do Senhor, Santa Helena, mãe de Constantino, tendo recebido uma revelação em um sonho, foi a Jerusalém para procurar zelosamente a Cruz; aí ela cuidou de destruir a imagem de Vênus de mármore, que os gentios colocaram no lugar da Cruz, para tirar a memória da paixão de Cristo Senhor, e que aí permaneceu por cerca de 180 anos. O mesmo ela fez no presépio do Salvador, onde fôra posto um simulacro de Adônis, e no lugar da ressurreição, onde o fôra um de Júpiter.
Purgado, assim, o local da Cruz, por meio de profundas escavações foram encontradas três cruzes, e, separado delas, a inscrição que fôra colocada sobre a Cruz do Senhor; como não se sabia sobre qual das três ele deveria ser afixado, um milagre sanou a dúvida. Eis que Macário, bispo de Jerusalém, tendo elevado preces a Deus, levou cada uma das cruzes a três mulheres que sofriam de uma grave enfermidade, e, enquanto as demais nada aproveitaram para as mulheres, a terceira Cruz, levada à terceira mulher, curou-a imediatamente.
Santa Helena, tendo encontrado a Cruz da salvação, construiu aí uma magnificentíssima igreja, na qual depositou parte da Cruz em urnas de prata, e outra parte entregou a seu filho, Constantino, que a levou a Roma, à igreja da santa Cruz de Jerusalém, edificada no palácio Sessoriano. Ela também entregou ao filho os cravos que trespassaram o santíssimo corpo de Jesus Cristo. Naquele tempo, Constantino sancionou uma lei para que, desde então, ninguém fosse condenado ao suplício da cruz, e aquilo que antes era castigo e maldição para os homens, passou a ser glória e objeto de veneração.