Governo da França ameaça processar padre por dizer que atos homossexuais são pecados
O governo da França iniciou uma série de medidas legais contra o padre Matthieu Raffray por ter dito que atos homossexuais são pecado e por ter chamado a homossexualidade de “fraqueza”.
No dia 15 de março, o padre do Instituto do Bom Pastor – criado em 2006 em Roma para “a defesa e difusão da Tradição Católica em todas as suas formas”, segundo o site desta sociedade de vida apostólica – publicou um vídeo no Instagram no qual incentivou os fiéis a lutar contra as suas fraquezas.
Raffray comentou que cada pessoa tem as suas próprias armas para lutar, mas o diabo convence de que a luta “é muito difícil” e, portanto, é inútil lutar.
O vídeo foi denunciado por vários grupos do lobby LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), e a ministra da igualdade entre mulheres e homens e da luta contra a discriminação, Aurore Bergé, descreveu as declarações do padre como “inaceitáveis”.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 2.357, que “apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”. LGBT é a sigla criada e usada pelos militantes da ideologia de gênero, militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
Em uma mensagem em sua conta na rede social X, Bergé disse que solicitou “à Delegação Interministerial de Combate ao Racismo, Antissemitismo e Ódio AntiLGBT (DILCRAH) que denuncie o caso ao Ministério Público nos termos do artigo 40” do código penal.
A DILCRAH disse ter recebido a mensagem da ministra e que informou “o procurador dos comentários homofóbicos feitos pelo sr. Raffray nas suas redes sociais”. “Falar sobre a homossexualidade como uma fraqueza é vergonhoso”, acrescentou.
“A moral cristã e toda a Igreja” estão em jogo Numa entrevista concedida ao meio francês Famille Chrétienne (Família Cristã), o padre Raffray disse que o vídeo era sobre “as tentações em geral. Eu queria deixar claro que não temos que ceder a todas as nossas tentações, a todos os nossos desejos”.
“Os atos homossexuais são um pecado, mas acho que as pessoas não sabem mais o que é pecado. Denunciar um pecado não é o mesmo que denunciar a pessoa que o comete”, disse ele.
“Eu poderia ter sido culpado se tivesse dito algo inadequado ou ofensivo. Esse não é o caso. Não só não sou homofóbico, como também, como padre, sou cuidadoso com a linguagem que uso nesse tema, porque sei que é um assunto delicado e que as pessoas podem facilmente se sentir magoadas”, disse o padre.
O padre Raffray disse que recebeu comentários de homossexuais agradecendol-he pelo que disse, “este discurso de verdade. Se alguns não querem ouvir a doutrina da Igreja, ninguém os obriga”.
Quem é o padre Matthieu Raffray?
O padre Matthieu Raffray é conhecido pelo seu apostolado crescente na Internet e nas redes sociais, dirigido especialmente aos jovens de língua francesa.
Possui mais de 60 mil seguidores no Instagram, mais de 22 mil no YouTube e mais de 21 mil na rede social X. É defensor da vida e da família, e publicou livros como Mitos e Mentiras do Progressismo (2020); e mais recentemente O maior dos combates, com o qual procura responder às questões fundamentais e existenciais da vida.
Ele nasceu em 1979 em uma família de nove filhos. Estudou matemática antes de ser ordenado sacerdote em 2009.
É Doutor em Filosofia e leciona na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma.
Segundo a publicação European Conservative, ele ganhou fama em 2020 depois de uma entrevista ao YouTuber francês Baptiste Marchais, na qual defendeu o regresso a um “catolicismo viril” e ao sentimento de patriotismo entre os fiéis católicos.
(Por Walter Sánchez Silva)