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O VALOR DE QUEM SABE JULGAR

Paramentos Litúrgicos

O homem espiritual, pois, julga tudo, porque está  acima de tudo, quando está com Deus. E ele está com Deus, quando entende de maneira muito pura, e que ama com caridade total o que entende!"

Assim, o quanto está em seu poder, identifica-se com a própria Lei pela qual julga tudo. Essa mesma Lei não pode ser julgada por ninguém. (Santo Agostinho — A Verdadeira Religião, Paulinas, 1987, São Paulo, 213 p., p. 93.)

Guardemo-nos de buscar os valores mais altos entre os mais baixos, e a esses não vamos nos apegar. Saibamos julgá-los, para não sermos julgados com eles. Isto é, concedamos a eles, o quanto a sua forma de ser o merece – o da última ordem. Sem o que, procurando os principais valores entre os últimos, seremos relegados do primeiro ao último plano. Isso não prejudica em nada a esses valores inferiores, mas causa a nós muito mal. Nem a disposição da divina Providência perde sua beleza com isso. Pois a sorte do injusto está ordenada com justiça, e a do indigno, com dignidade.

Perigo da inversão dos valores

Sendo assim, é preciso retificar esse defeito, porque senão, o que está acima será posto embaixo, e o que está abaixo, em cima.

Com isso, a alma não fica apta para o reinos dos céus. Guardemo-nos de buscar os valores mais altos, entre os mais baixos, e a esses não vamos nos apegar. Saibamos julgá-los, para não sermos julgados com eles. Isto é, concedamos a eles, o quanto a sua forma de ser o merece — o da última ordem. Sem o que, procurando os principais valores entre os últimos, seremos relegados do primeiro ao último plano. Isso não prejudica em nada a esses valores inferiores, mas causa a nós muito mal. Nem a disposição da divina Providência perde sua beleza com isso. Pois a sorte do injusto está ordenada com justiça, e a do indigno, com dignidade.

Resumindo, se a beleza das coisas visíveis nos enganam, é porque elas contêm certa unidade, sem contudo a realizar plenamente. Compreendamos, se formos capazes, o que nos leva ao engano: não é o que seja o objeto, mas o que ele não é.

Todo corpo é verdadeiro corpo, mas com unidade falha. Não é o Uno supremo. Não o reproduz plenamente. E contudo, não seria um corpo se não tivesse essa certa unidade. Finalmente, ele não poderia ter essa unidade, se não a recebesse daquele que é o Uno supremo.

Andam erradamente, e muito erradamente, os que dizem que não querem formar juízos ou suspeitas sobre os outros, porque a tal não têm direito. Distingo. É inconveniente que andemos a fiscalizar as pessoas cuja conduta não se encontra sob o raio de nossa autoridade. Mas que sejamos obrigados a não formar impressões sobre aquilo que naturalmente nos salta aos olhos, na vida de todo o dia, quem ousará sustentá-lo? Quem não percebe que se trata aí de um processo de imbecilização que acaba por ferir os próprios princípios de Fé e de moral? Com efeito, um homem de caráter firme e varonil sente uma dissonância interior cada vez que nota que, em torno de si, as coisas se passam de modo contrário à glória de Deus, à exaltação da Santa Igreja, e da doutrina católica. Deixar de formar juízo sobre o que é evidente, deixar de ouvir o clamor dos indícios veementes, ou é imbecilidade ou fraqueza de princípios. Não há por onde escapar.

(Trecho de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira publicado em O Legionário)

 

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