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Papa Bento XVI defende normas à favor dos imigrantes

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O papa Bento XVI defendeu normas a favor dos imigrantes, pediu por uma nova geração de políticos sem "complexo de inferioridade" e exortou para que as instituições sejam sustentáculo para as famílias.
   
"A procura de estratégias e regras que favoreçam a inclusão das novas presenças" dos estrangeiros é um dos principais pontos indicados pelo Pontífice para a 46ª Semana social dos católicos italianos, que começa hoje em Reggio Calábria, sul do país, em uma mensagem enviada ao presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Angelo Bagnasco.
   
No texto, o chefe de Estado do Vaticano afirmou que atualmente o fenômeno da imigração assume proporções "imponentes". "Superada a fase da emergência, na qual a Igreja se dirigiu com generosidade à primeira acolhida, é necessário pensar na segunda fase, que especifique, no pleno respeito da legalidade, e os termos da integração", assegurou.
   
Bento XVI retoma o tema semanas depois que um apelo seu para que a França revisse a política de repatriação de imigrantes ciganos ilegais, que já expulsou do país milhares de pessoas, provocou reações negativas no governo de Nicolas Sarkozy. Na semana passada, o presidente francês visitou o Pontífice, mas não foi informado se os dois discutiram o tema.
   
De acordo com o Papa, "aos fieis, como a todos os homens de boa vontade, é pedido fazer o possível para debelar essa situação de injustiça, miséria e conflito que sofrem tantos homens que tomam o caminho do êxodo", promovendo "as condições de uma inserção nas nossas terras dos que tentam, com seu trabalho e o patrimônio de suas tradições, contribuir na construção de uma sociedade melhor do que aquela que deixaram".
   
Ainda a Bagnasco, o líder máximo da Igreja renovou o "apelo para que surja uma nova geração de católicos, pessoas interiormente renovadas que se comprometam na atividade política sem complexos de inferioridade". Para Bento XVI, é preciso "um caminho de formação intelectual e moral que, partindo das grandes verdades sobre Deus, o homem e o mundo, ofereça critérios de julgamento e princípios éticos para interpretar os bens de todos e de cada um".
   
Ele recomendou que a Igreja italiana busque formar consciências "alheias ao egoísmo, à cobiça dos bens e à ganância de carreira", mas "coerentes com a fé professada, conhecedoras das dinâmicas culturais e sociais deste tempo e capazes de assumir responsabilidades públicas com competência profissional e espírito de serviço".
   
O Papa também afirmou que os sujeitos institucionais e sociais devem assegurar às famílias medidas eficazes de apoio, fornecendo recursos que permitam uma justa conciliação com os tempos de trabalho. "Mover-se segundo uma perspectiva de responsabilidade comporta a disponibilidade de sair da busca do próprio interesse exclusivo para prosseguir juntos pelo bem do país e de toda a família humana", completou.
   
Na mensagem, o Pontífice retomou ainda que é preciso tutelar a vida humana de sua concepção até o fim natural, a dignidade da pessoa, o ambiente e a paz, mas que "seria ilusório delegar a busca por soluções somente às autoridades públicas".
   
"Os sujeitos políticos, o mundo empresarial, as organizações sindicais, os operadores sociais e todos os cidadãos, enquanto singulares e de forma associada, são chamados a amadurecer uma forte capacidade de análise, visão e participação", apontou ele

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