Papa diz que Deus ‘vê em cada um’ alma a salvar, sem excluir pobres e ricos
CIDADE DO VATICANO, 31 OUTUBRO DE 2010. O papa Bento XVI assegurou hoje que Deus é atraído "especialmente" pelos que são julgados e se consideram perdidos, e que "vê em cada um uma alma para salvar" sem excluir ninguém, nem pobres nem ricos.
"As riquezas, para os tolos, são um alimento à desonestidade. Para os sãos, ao contrário, são uma ajuda à virtude. A estes se oferece uma oportunidade para a salvação, àqueles se procura um obstáculo que os faz se perder", declarou ele.
Antes de recitar o Angelus na Praça de São Pedro, o Pontífice falou da conversão de Zaqueu, o chefe dos cobradores de impostos de Jericó, figuras consideradas "pecadoras públicas" por enriquecer extorquindo dinheiro. Por ser de baixa estatura, ele subiu em uma árvore para ver Jesus passar e, ao ser notado por este, decidiu mudar de vida e "restituir o quádruplo do que roubou".
"Jesus Cristo, encarnação de Deus, demonstrou esta imensa misericórdia, que não tira nada da gravidade do pecado, mas visa sempre a salvar o pecador, a lhe oferecer a possibilidade de se resgatar, de recomeçar, de se converter", disse o líder máximo da Igreja Católica.
Bento XVI recordou outra passagem do Evangelho, na qual "Jesus afirma que é muito difícil para um rico entrar no reino dos céus", comentando que "no caso de Zaqueu, vemos justamente que o que parece impossível se realiza".
"Zaqueu acolheu Jesus e se converteu, porque Jesus, em primeiro lugar, acolheu a ele. Não o condenou, mas foi ao encontro de seu desejo de salvação", apontou.
Depois do Angelus, o Papa também lembrou do bispo e mártir romeno Szilárd Bogdánffy — que morreu em 1953 em uma prisão do regime comunista local –, desejando que seu testemunho possa confortar os que "ainda hoje são perseguidos por causa do Evangelho".
"Em 1949, quando tinha 38 anos, ele foi consagrado bispo na clandestinidade, e depois preso pelo regime comunista de seu país, a Romênia, sob a acusação de conspiração. Depois de quatro anos de sofrimentos e humilhações, morreu na cadeia", relatou Bento XVI. "Rendamos graças a Deus por este heroico pastor da Igreja que seguiu o Evangelho até o fim", completou.(Ansa)