Papa faz discurso na reunião religiosa intitulada “A complementaridade entre homem e mullher”
Durante a abertura da reunião religiosa "A complementaridade entre homem e mulher" nesta segunda-feira (17), o papa Francisco afirmou que não se deve reduzir as relações entre homens e mulheres a "um modelo único e simplista".
"Quando falamos em complementaridade entre homem e mulher, neste contexto [de família] não devemos confundir tal terminação com a ideia simplista que todas as funções e as relações entre ambos os sexos estão confinados a um modelo único e estático", disse o Pontífice de acordo com a Rádio Vaticana.
Continuando a discursar sobre a família, Jorge Bergoglio ainda falou que todas as crianças têm o direito de "crescer com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente idôneo para o desenvolvimento e amadurecimento afetivos".
Falando aos católicos, o Papa pediu uma oração especial para o jovens "que representam o futuro". "É preciso que não deixem que eles se envolvam com uma mentalidade danosa do provisório. Que eles sejam revolucionários pela coragem de criar um amor forte e duradouro, que ande contra a corrente. É isso que precisa ser feito", disse o Pontífice.
Ainda de acordo com Francisco, a crise existente nas famílias causou também "uma crise de ecologia humana porque os ambientes sociais, assim como os naturais, têm necessidade de serem protegidos".
"Mesmo que a humanidade agora percebeu a necessidade de enfrentar o que consiste em uma ameaça para os nossos ambientes naturais, nós estamos lentos, mas somos lentos, não? Na nossa cultura, também na nossa cultura católica, somos lentos em reconhecer que também nossos ambientes sociais estão em risco. É necessário promover uma nova ecologia humana e fazer com que ela ande para frente", ressaltou.
Bergoglio voltou a criticar a cultura de descarte da sociedade moderna, dizendo que as famílias estão em crise porque "vivemos na cultura do provisório". Ele afirmou que a "mudança" nas roupas e na moral trouxe mais liberdade às pessoas, mas "trouxe uma devastação espiritual e material a inúmeros seres humanos, especialmente os mais vulneráveis".
Ao finalizar seu discurso, Francisco afirmou que "o declínio da cultura do matrimônio está associado ao aumento da pobreza e de inúmeros problemas sociais" e que é preciso "insistir que as pilastras fundamentais que mantêm uma nação são os seus bens imateriais".