Papa Francisco participa de vigília em Copacabana com milhões de fiéis
O papa Francisco chegou na noite deste sábado (27) à praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para participar da Vigília de Oração junto com os jovens que integraram ao longo do dia uma caminhada de 9,5 km (da Central do Brasil, no centro da capital, até a praia de Copacabana). A estimativa da organização da Jornada Mundial da Juventude e da Prefeitura do Rio é que 3 milhões de fiéis acompanhem a vigília.
Ele aterrissou no Forte de Copacabana por volta de 18h35 e seguiu de papamóvel até o posto 2 da praia, onde está montanda a estrutura para a vigília. No trajeto, ganhou objetos de fiéis, vestiu um chapéu mexicano e desceu do carro para abençoar um cadeirante.
A vigília começou às 19h, com a encenação da reconstrução de uma igreja, simbolizando a atuação de Francisco de Assis, conhecido como o reconstrutor de igrejas. Em seguida, o ator Tony Ramos fez a abertura da vigília, sendo sucedido por um ex-dependente químico e por um padre, que deram depoimentos pessoais.
O evento seria realizado em Guaratiba, mas por conta das fortes chuvas, foi transferido de local. A vigília é o quarto ato central da Jornada Mundial da Juventude e o momento em que o papa fará a adoração ao Santíssimo Sacramento com os jovens presentes.
A vigília é o quarto ato central da Jornada Mundial da Juventude e o momento em que o papa fará a adoração ao Santíssimo Sacramento com os jovens presentes.
Mais cedo, Francisco almoçou com cardeais e bispos no Palácio João Paulo 2º, na Glória (zona sul). O encontro inicialmente seria realizado no centro de estudos do Sumaré, na zona norte da capital, mas a agenda foi alterada na última hora. O motivo da mudança não foi divulgado pela organização.
Pela manhã, o pontífice celebrou missa na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da capital, e participou de encontro com autoridades, diplomatas, políticos e artistas no Theatro Municipal. Em discurso direcionado a autoridades, o papa propôs o "diálogo" como solução para protesto violento e indiferença egoísta.
"Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo", relatou o pontífice, que afirmou que um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais. "Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo."
Segundo Francisco, o diálogo é a única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer.
"É a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos."
No início do discurso, o pontífice, em um tom sério, disse que todos aqueles que possuem um papel de responsabilidade em uma nação são chamados a enfrentar o futuro "com os olhos calmos de quem sabe ver a verdade", ao fazer referência ao pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima. E citou três aspectos deste olhar, que classificou de calmo, sereno e sábio: "primeiro, a originalidade de uma tradição cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e terceiro, o diálogo construtivo para encarar o presente."