Papa Francisco receberá Cristina Kirchner em plena campanha eleitoral argentina
Após dizer que não receberia nenhum candidato à Presidência da Argentina, que será decidida em eleições no final deste ano, o papa Francisco anunciou que irá se reunir com a presidente Cristina Kirchner, que tenta manter vivo o kirchnerismo no poder. Encontro será realizado em 7 de junho, no Vaticano.
Fontes do Vaticano explicaram, em entrevista ao jornal argentino "La Nación", que "quando um presidente de um país que tem relações, e boas relações, com a Santa Sé, pede uma audiência oficial, o protocolo indica que o Papa deve concedê-la, não pode negar".
Os protocolos do Vaticano, no entanto, também apontam que um Papa não deve receber candidatos presidenciais em época eleitoral, o que não é o caso da presidente, apesar de ela estar tentando emplacar um sucessor.
A fonte do Vaticano ainda acrescentou que Francisco quer parecer imparcial diante das eleições em seu país, não quer ser visto como simpatizante de um candidato ou partido. "Ele não quer ser usado", concluiu.
Por esta razão, Cristina não será recebida na Casa Santa Marta, usada como residência papal, como aconteceu anteriormente, mas em um salão de audiências, dando um ar mais formal à reunião. O encontro também deve ser bem mais curto que os três anteriores.
Um funcionário da Casa Rosada, sede da Presidência argentina, destacou, também ao "La Nación", que a data da visita não está tão próxima das eleições primárias, que acontecem em agosto, para mudar seu resultado, nem tão distante para que não tenha nenhum impacto.
Eleições – Após as primárias de agosto, a Argentina irá eleger em outubro seu novo líder, que irá substituir Cristina, impossibilitada pela legislação de concorrer para um terceiro mandato consecutivo.