Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e Papa Francisco terão primeira reunião oficial
Após mais de 10 meses de governo, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, terá um encontro formal com o papa Francisco no Vaticano. A reunião entre os dois líderes foi marcada para o dia 13 de dezembro, informou o porta-voz do da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Essa será a primeira vez que o premier italiano será recebido com honras de Estado, mesmo que os dois já tenham se encontrado em outras ocasiões esporádicas. Na próxima terça-feira (25), por exemplo, ambos se encontrarão durante a visita do Pontífice ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Os dois tiveram um primeiro contato no dia 4 de abril, quando Renzi levou sua esposa e seus filhos à residência de Santa Marta, em um clima "informal e familiar", segundo nota divulgada pela Santa Sé.
Além das pompas formais, Renzi debaterá com Francisco sobre os planos executivos do governo italiano. Também são esperadas conversas na questão dos direitos dos trabalhadores, algo muito debatido pelo sucessor de Bento XVI e que anda provocando muitos protestos na Itália.
As reformas do governo do premier atingem, entre outros, o setor trabalhista e tributário e querem tentar tirar a Itália da crise econômica que atinge o país há mais de sete anos.
O primeiro-ministro ainda terá um encontro com o secretário de Estado, Pietro Parolin, e os dois devem debater algo que está causando polêmica tanto na Igreja como na Itália: a questão das uniões homossexuais. Enquanto os católicos devem abrir mais espaço para admitir os gays na Igreja, os italianos debatem a questão das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.
Para o cardeal Parolin, a audiência entre o Papa e Renzi é um sinal das relações positivas e "também está na tradição em que o premier deve ver o Papa de maneira oficial", disse o cardeal.
A postura do líder do governo italiano também agrada a Bergoglio, que falou recentemente sobre a necessidade de impulso e desenvolvimento da sociedade italiana, atingida pela crise. "O dinheiro sozinho não cria desenvolvimento. Para criar desenvolvimento é preciso que as pessoas tenham coragem para tomar a iniciativa", disse o Papa.