Sem a presença do Papa, Via Crucis pede fim das guerras no mundo
Sem a presença do papa Francisco pela primeira vez em 10 anos, a tradicional Via Crucis foi realizada no Coliseu, em Roma, pedindo o fim das guerras no mundo.
Para carregar a cruz durante as 14 estações, estavam refugiados de conflitos na Europa, na África, no Oriente Médio e na Ásia.
Um dos pontos altos da celebração foi a presença de dois adolescentes, um russo e um ucraniano, que manifestaram seus pensamentos sobre a guerra que afeta a Ucrânia desde fevereiro do ano passado.
É o segundo ano consecutivo que duas pessoas dos dois países participam do rito, mas no ano passado, por conta dos protestos de Kiev, as histórias pessoais não foram lidas. Neste ano, porém, ambos relataram sua tristeza com o conflito mesmo com as críticas ucranianas.
O menino que fugiu de Mariupol falou sobre a tristeza de ter que deixar o país e ir para a Itália para a casa da sua avó e relata a perda do pai na guerra.
Já o menino russo diz “se sentir mal” por dizer que é russo e conta que perdeu o irmão mais velho nas batalhas e não tem mais notícias do pai e do avô.
Diversos foram os relatos dos migrantes sobre as guerras que atingem suas nações. Houve relatos sobre o medo de fugir de ataques bélicos ou de atos terroristas constantes e pediram pela paz no mundo. As pessoas que carregaram as cruzes não eram, obrigatoriamente, as das histórias relatadas.
Segundo o Vaticano, a ideia das reflexões era mostrar algo sempre dito por Francisco durante as celebrações de que o mundo vive a “terceira guerra mundial em partes”.
O pontífice não pode presidir a cerimônia da Via Crucis por recomendação médica. A cidade de Roma tem um clima de cerca de 10°C e o Papa saiu do hospital por problemas pulmonares há menos de uma semana. A Santa Sé informou que ele acompanhou a celebração de sua residência oficial, a Casa Santa Marta.