Papa Francisco contesta globalização do “pensamento único”
O Papa manifestou-se no Vaticano contra o que considerou como “globalização da uniformidade hegemónica” que pretende promover um “pensamento único” e relativiza o valor das pessoas e da fé.
“Não é a linda globalização da unidade de todas as nações – cada uma com os seus próprios costumes, mas unidas -, mas é a globalização da uniformidade hegemónica, é mesmo o pensamento único. E este pensamento único é fruto da mundanidade”, disse, na homilia da missa a que presidiu na capela da Casa da Santa Marta.
Francisco falou numa sociedade em que existe a pressão de “ser como todos” para se ser “normal”, numa espécie de “progressismo adolescente”.
O Papa partiu de uma passagem do livro dos Macabeus (Antigo Testamento) para abordar a “raiz perversa” da mundanidade que levou a “sacrifícios humanos”.
“Vós pensais que hoje não se fazem sacrifícios humanos? Fazem-se muitos, muitos, e há leis que os protegem”, disse aos presentes.
A homilia insistiu na necessidade de recursar a mundanidade que faz renunciar à “fidelidade” a Deus, numa apostasia” que leva à negociação não só de alguns valores mas do “essencial do ser”.
“Não negociamos os valores, mas a fidelidade. Isto é fruto do demónio, do príncipe deste mundo”, alertou.
Em conclusão, o Papa rezou para que Deus livre os cristãos “deste espírito mundano que negoceia tudo”.
“Que (Deus) nos proteja e nos faça seguir em frente, como fez avançar o seu povo no deserto, levando-o pela mão, como um pai leva o seu filho. Pela mão do Senhor caminharemos seguros”, declarou.



