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A Porta Pega-Gordo do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

Paramentos Litúrgicos

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Maria de Alcobaça ou mais simplesmente como Mosteiro de Alcobaça, é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister. Está classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910. Os monges do Mosteiro, que fica a 88 quilômetros de Coimbra, em Portugal, eram submetidos na Idade Média a um tratamento infalível contra a obesidade.

Até hoje não foi superado por nenhuma dieta. Os monges que comiam no refeitório eram obrigados a buscar a própria comida na cozinha ao lado. Ninguém podia servi-los. O problema é que precisavam atravessar uma porta. E daí? É que a porta media 2 metros de altura e apenas 32 centímetros de largura. Quem não conseguisse ultrapassá-la ficava sem comer e, obviamente, emagrecia velozmente. Os superiores dos monges recorreram à porta pega-gordo porque a gula é um dos sete pecados capitais e a obesidade os tornava menos aptos aos trabalhos braçais. Os religiosos pertenciam à extinta Ordem de Cister, cujos seguidores trabalhavam como agricultores e produziam tudo que consumiam.

Em 1834, eles foram obrigados a abandonar o mosteiro, pelo decreto governamental que suprimiu as ordens religiosas de Portugal. Hoje, o Mosteiro de Alcobaça, considerado uma das sete maravilhas de Portugal, funciona como museu. Uma de suas atrações é justamente a porta pega-gordo.

A Ordem Cister, fundada em 1098 nas imediações da cidade francesa de Dijon, na Borgonha, foi uma das preocupadas com a balança. Chegou a Portugal ainda no reinado de Afonso henriques, primeiro rei do país, onde se difundiu extraordinariamente. Seus monges adotaram a regra de São Bento e deviam viver “a se”, ou seja, livres de tutelas. Como agricultores e vinhateiros, produziam tudo que consumiam. Exploravam as terras dos mosteiros, sobretudo nas granjas. Portanto, era importante que mantivessem a forma.

Os abades faziam de tudo para controlá-los a mesa. Mandavam comer sem pressa, mastigando, ouvindo no refeitório coletivo a leitura de um trecho da Bíblia. Regulavam o consumo de alimentos, punindo os desobedientes com uma dieta a base de pão e água. A carne e a gordura, até mesmo por motivos religiosos, ue previam dias de jejuns e abstinências, foi vetada por muito tempo.

Abria-se exceção só no caso de doença. em 1666, porém, o papa Alexandre VII autorizou seu consumo. A liberação alterou as cozinhas da Ordem Cister, que precisaram aumentar a estrutura para assar dois bois inteiros, atravessados por grandes espetos. A lenda diz que a melhor solução foi encontrada por um abade do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, no Centro da Capital, construido no século 12, hoje transformado em museu. Ao visita-lo os turistas se surpeendem com o amplo refeitório e a enorme cozinha, cruzada por um braço desv iado do Rio Alcoa.

No refeitório, os monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e comiam em silêncio. O abade ficava de costas para a parede, observando os subalternos. Alguns metros a frente, havia uma porta de 2 metros de altura e 32 centímetros de largura. Serviria para controlar o peso do monges. Uma vez por mês, eles deviam atravessá-la, o que era possível apenas se o fizessem de lado. Caso não conseguissem, o abade os submetia a diate de pão e água.

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