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A PRÁTICA DO LIVRO DO GÊNESIS EM NOSSO COTIDIANO – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
Livro do GênesisComo cristãos católicos que somos, lemos com fé a "Sagrada Escritura". E um dos livros mais magníficos e polêmicos é o Gênesis. Fomos acostumados desde  cedo a conhecer a história, ou pelo menos a primeira parte dela.

"Deus criou o mundo, todas as coisas que nele existe, separou a  luz das trevas, criou os mares, rios e a terra, cobriu a superfície com relva e plantas de todas as espécies, vez habitar a água com animais segundo sua espécie, e a terra também. Criou o homem a sua imagem e semelhança,  criou sua auxiliar, a mulher, deu aos dois o governo sobre todo o jardim, proibindo-os porém, de comer de uma árvore específica, de todas as outras poderiam comer, menos uma, a árvore do bem e do mal".

E assim, gravamos a história, contamos na de geração em geração, lemos o Gênesis, e não vemos o que está lá diante de nossos olhos, o homem sempre teve opção de escolha, a ele sempre foi dada esta condição, mas escolheu o caminho mais difícil.

Se nos perguntássemos agora quantas árvores são citadas nominalmente existentes no Jardim do Éden, responderíamos sem pensar, uma, a árvore do bem e do mal. Mas no Livro do Gênesis está escrito o seguinte: “E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” Gn 2,9. Como viram, nominalmente existiram duas árvores, a árvore da Vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.  Deus proibiu o homem de comer apenas da árvore do bem e do mal, e ainda advertiu-lhe; “ E o senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente morrerá” Gn 2 16,17.

A  Escolha pela árvore da Vida  traria o homem a vida eterna, mas foi tentado a conhecer o bem e o mal, ou seja, o bem e o mal são inseparáveis, não se distingue o que é bem, sem conhecer o mal, e vice versa. Cabe a nossa consciência definir o que é bem e o que é mal.

Mas como sabemos no mundo para tudo existe um antídoto, e o antídoto, para a morte do homem é servir-se da árvore da Vida.

Como não se apaixonar por Deus, como não crer em Deus quando tudo que Ele faz é nos dar condições de experimentar da árvore da Vida? É nos mostrar que temos sempre  opção de escolha, mas que temos que escolher bem. A finalidade do homem para Deus é a vida eterna.

O que seduziu o homem foi a promessa de ser como Deus, a serpente enganou o homem e o engana até hoje, “ Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”. Gn 3,5

Conhecer o bem e o mal, não nos torna Deus, pelo contrário, nos torna escravos de ter que fazer uma escolha todos os dias, todos os momentos, escolher fazer o bem ou fazer o mal. Ter a vida eterna nos torna como Deus.

E assim, Adão fez sua escolha e perdeu a chance de realmente ser como Deus, de ter a Vida eterna, pois Deus assim procedeu: “ Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre”. Gn 3,22

Comer da árvore da vida e viver para sempre… É tão simples, tão primário, está tão claro, e ainda assim, o Verbo se fez Carne, habitou entre nós, ensinou-nos, morreu por  nossos pecados, acabou com a sentença de Adão, e novamente temos a escolha ao nosso alcance, a árvore da Vida está a nossa disposição, e mesmo assim existem milhares que fazem a escolha que Adão fez, escolhem o mal todos os dias.

Certos “teólogos” nos dizem que o Genesis é história da carochinha, que seus contos não passam de fábulas, eu não creio assim, não é o primeiro livro por acaso. Quem o decifra, quem o lê com fé consegue entender que não é preciso sair do paraíso e sofrer para conseguir a Vida Eterna.

Toda a história da Salvação se reduz em não sair da proteção de Deus. A parábola do Filho pródigo nos revela isso, mas aquele que escolheu sair, tem a oportunidade de voltar, e aquele que sempre esteve perto, compartilha dos bens de seu pai. Aquele que está em comunhão com a Igreja vive de suas graças, não saiu do paraíso, mas aquele que saiu desta comunhão tem a oportunidade de voltar, os portões ainda não estão selados.

Sei que a introdução ficou muito longa e extensa, mas eu não teria como expressar minha completa perplexidade diante dos fatos de nosso cotidiano;  não são poucos os cristãos que estão perdidos dentro da Igreja, suas doutrinas parecem abaladas e desconexas, não existe unidade, já não somos capazes de distinguir o que é o bem e o que é o mal. Estamos perdendo a fé e a esperança, nossa Árvore da Vida continua no centro do paraíso. Será? E  o que dizer dos que colocaram o homem, representado na árvore do bem e do mal, no centro deste poder? Aqueles que aparecem mais que Cristo, é o centro de nossa fé?

Somos soldados de Cristo, eu me alimento dos frutos de sua árvore, sou capaz de dar minha vida pela minha amada Igreja, mas hoje eu quero saber se eu der a minha vida pela Igreja, é pela a Igreja cujo Jesus Cristo é o centro? 

Gosto de filmes de batalhas, fico extasiada por suas táticas, pelo jogo de xadrez e a astúcia empregada, a batalha é vencida pelo soldado que confia, que ama seu líder, e faz o que for necessário para que ele vença, se for preciso até dando sua vida, se o final for a vitória. Este soldado vai ser recompensado por seu ato.

Mas e agora? Somos soldados que amamos nosso líder? Nosso líder tem um plano claro, uma tática sólida baseada na fé central em Jesus que nos leve a  crer que estamos no curso certo?

Nosso líder parece fazer acordos que nos deixam desconfiados, e negocia para que apenas sobreviva o mal necessário? O nosso líder é alguém que a despeito das perdas que tiver, vai lutar pela verdade e pelo bem mesmo que no fim prevaleça apenas um pouco deste bem e nada de mal? “ E as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mt 16,18

Caros amigos, vivemos momentos de intensa guerra e batalha espiritual, o inimigo parece vencer, suas linhas têm um numero maior de soldados, suas armas são modernas e nos atingem de todos os lados, já tivemos líderes fortes que enfrentaram com primor este inimigo, muitos conseguiram passar o bastão em ampla vantagem, e hoje colhem com certeza o louro da vitória ao lado de Deus, outros, negociaram com o inimigo, para terem uma perda pequena, não foram capazes de enfrentar o mal, outros, eram presas fácies e sucumbiram diante do poder inimigo, outros foram traídos impiedosamente e o inimigo passou a ter vantagem, hoje não sabemos que líder temos, a única coisa que sabemos é que somos soldados prontos para batalha, prontos para entregarmos nossas vidas, que a armas que dispomos são poucas, mas igualmente potentes, temos a armadura de Cristo, somos selados por Seu Espírito, e temos a árvore da Vida.

Não percamos a fé, a esperança e o amor, sejamos simples, mas não simples no sentido da matéria, todos os recursos que temos no mundo são obras de Deus e estão ao nosso dispor, não nos envergonhemos de usá-las, mas sejamos simples de espírito, a chave para a salvação está no mais simples de todos os livros, e não nas charadas complicadas de outro.

Tudo que precisamos saber no momento é, qual líder nós seguimos?

 

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do Portal Catolicismo Romano.

 

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