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A VERDADEIRA DEFESA DA TRADIÇÃO CATÓLICA

Paramentos Litúrgicos

Todos os verdadeiros sacerdotes e leigos católicos têm o dever solene diante de Deus de preservar a nossa fé e liturgia intocada, não apenas de modo pessoal e reservado, mas publicamente e de forma organizada. Tal é que a verdadeira Igreja de Deus é, por sua própria natureza, uma sociedade visível, organizada, e o restante de católicos deve esforçar-se para mantê-lo assim.

ONDE ESTÁ A FALHA NO RACIOCÍNIO DOS INIMIGOS DE CRISTO E DE SEUS HOMÓLOGOS DE HOJE? É A VELHA E REPETIDA FALÁCIA DE NÃO FAZER DISTINÇÕES. NO CASO EM QUESTÃO, É PRECISO DISTINGUIR ENTRE AS PALAVRAS DA LEI E A FINALIDADE DA LEI, OU, SE QUISEREM, ENTRE A "LETRA" DA LEI E O "ESPÍRITO DA LEI", O ESPÍRITO SENDO A MENTE OU A INTENÇÃO DO LEGISLADOR.

As leis são feitas para o bem comum. Esta é a sua finalidade e seu propósito. Mas, por serem gerais, as leis por sua natureza não podem rever todas as circunstâncias e acontecimentos possíveis, e às vezes acontece (raramente, mas, no entanto, às vezes) observar e obedecer à letra fria da lei é ir contra o propósito da lei. (Isto é mais frequente ocorrer e acontecer no caso das leis humanas do que no caso da lei divina).

Santo Tomás de Aquino, explica esse problema, citando o exemplo de um homem pedindo a seu amigo para que lhe devolvesse a arma que tinha deixado com ele para que guardasse. A justiça e a lei natural exigem que tudo o que pertence a alguém deve estar em posse de seu proprietário.

Esta lei existe para o bem comum da sociedade, e se ela não existisse e todos pudessem ter em comum a propriedade (que passaria a ser de todos), consequentemente, não haveria o que se entende como propriedade.

Mas suponhamos que, diz São Tomás, o homem vem e pede a sua arma em um acesso de raiva, obviamente, com a intenção de matar alguém. Será a pessoa ainda obrigada pela lei? Bem, certamente que sob estas circunstâncias, não! Na verdade, se neste caso a letra da lei fosse obedecida e o homem mata sua esposa ou vizinho, o seu amigo que lhe entregou a arma seria cúmplice do crime.

O bom senso diz-nos que a lei em questão não deve ser aplicada em tal situação, e que neste caso cumprir a lei seria contra o propósito da mesma, ou seja, seria contra o bem comum da sociedade.

Em linguagem teológica isso é chamado epeikeia, mais conhecido como uma palavra grega "equidade", em português. Isso equivale a não observar a letra de uma lei quando obviamente seria violar o espírito da lei. E note cuidadosamente o que dizemos: obviamente, para que ninguém tenha a pretensão de interpretar as leis para atender a si mesmo. A menos que o bom senso nos diga que uma lei não se obriga em um caso particular, então estamos ainda obrigados à mesma.

Assim eram os judeus, que seguiam cegamente a letra da lei da guarda do Shabat a ponto de interpretarem que ela proibiria também que se curassem uma pessoa doente. Foi mesmo uma clara demonstração de excesso no cumprimento da letra da Lei, no mínimo foi um pecado contra o bom senso. No entanto, estas eram as razões pelas quais eles continuadamente buscavam condenar a Cristo, e por meio delas conseguiram matá-lo. Ele quebrou a letra da Lei, ainda sendo Ele o autor dela.
Nosso Senhor, ao defender o espírito dos mandamentos de Deus contra uma "letra" mal interpretada da lei, dizia-lhes aos escribas e fariseus: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado". Para a nova geração de escribas e fariseus que colocam o Direito Canônico contra nós hoje, dizemos: "A Igreja não foi feita para o Direito Canônico, senão o Direito Canônico para a Igreja".

Permaneçamos na Igreja e com a Igreja. Denunciando o erro e defendendo a Verdade, mesmo que seja contra aqueles que detêm o poder, mas que agem contra a Verdade e burlam a Lei a seu favor.

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