Após escândalo, Papa Francisco quer Igreja “caminhando com serenidade”
O monsenhor Angelo Becciu, que atua na Secretaria de Estado do Vaticano, afirmou que o papa Francisco quer que a Igreja "ande para frente com serenidade e determinação" após o novo escândalo do vazamento de dados sigilosos.
Fontes vaticanas contaram que o Pontífice estava "muito desapontado" com toda a situação e que ele estava bastante "desconfortável" com a situação. Porém, nesta quarta-feira (04), durante a audiência geral, o líder da Igreja Católica não comentou diretamente o caso, mas pediu que os cristãos tenham sempre o hábito de perdoar.
Segundo Jorge Mario Bergoglio, toda a "grande família da Igreja é chamada" a aumentar "a capacidade de testemunhar a força renovadora do perdão". "Caso contrário, faremos sermões belíssimos, expulsaremos até mesmo algum demônio, mas ao fim o Senhor não nos reconhecerá como um de seus discípulos porque nós não tivemos a capacidade de perdoar e de pedir perdão", reforçou.
O Papa também fez referência à capacidade de perdoar com manter uma boa a saúde. "Não se pode viver sem o perdão, ou melhor, não se pode viver bem sem o perdão. Um segredo simples para curar as feridas e rejeitar as acusações: não deixar terminar um dia sem pedir desculpas, sem fazer a paz, entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, irmãs, noras e sogra. Não é necessário fazer um grande discurso, basta um gesto e tudo termina, tudo recomeça.
Não terminem um dia em guerra, entenderam?", ressaltou.
– Defesa de Chaouqui Francesca Immacolata Chaouqui, uma das duas pessoas detidas no novo escândalo de vazamento de dados do Vaticano, se defendeu novamente das acusações e afirmou que foi o monsenhor espanhol Lucio Angel Vallejo Balda quem fez "as gravações do papa Bergoglio". Em entrevista ao jornal "La Repubblica", a laica comentou que a Comissão de Estudos sobre as Atividades Econômicas (Cosea), instituída por Francisco em julho de 2013 para supervisionar as contas da Santa Sé, já tinha ouvido as interceptações do líder católico, que todos ficaram "estarrecidos" com a situação, mas que tudo "morreu ali".
"Não é segredo que ele [Balda] queria o posto de revisor geral do Vaticano, para o qual foi escolhido Libero Milone. Quando ele não foi nomeado, começou a fazer uma guerra, algo que provavelmente o fez entregar as cartas aos jornalistas. Mas, eu, com a difusão dos documentos, não tenho nada a ver até porque não tenho vontade de subir de cargo no Vaticano", ressaltou.
Em seu Facebook, Chaouqui postou que "tem plena confiança nas atividades dos investigadores" e criticou parte da imprensa que a tem perseguido pelas ruas e em sua casa. Ela ainda mandou uma indireta para quem "alimenta" os jornalistas com informações dizendo que continuará a ajudar as autoridades a esclarecer a verdade sobre os fatos.