Bento XVI reflete sobre a riqueza e a vida eterna
Milhares de fiéis e peregrinos encheram a Praça São Pedro, no Vaticano, para ouvir as palavras do Papa Bento XVI e, com ele, rezar o Angelus.
O Santo Padre refletiu sobre o Evangelho (Mc 10,17-30) que conta a parábola do "jovem rico". Um rapaz que exteriormente observa todos os mandamentos de Deus, mas ainda "não encontrou a verdadeira felicidade" e, por isso, pergunta a Jesus o que fazer para "herdar a vida eterna".
Eis a reflexão do Pontífice: "De um lado ele é atraído, como todos, pela plenitude da vida; de outro, sendo habituado a contar com as próprias riquezas, pensa que também de certo modo possa "adquirir" a vida eterna, quem sabe observando um mandamento especial.
Jesus colhe o desejo profundo que há naquela pessoa, e fixa no jovem "um olhar repleto de amor: o olhar de Deus":
"Mas Jesus entende também qual é o ponto fraco daquele homem: é justamente o seu apego a seus muitos bens; e por isso lhe propõe dar tudo aos pobres, de modo que o seu tesouro – e, portanto, o seu coração, – não mais esteja na terra, mas no céu, e acrescenta: 'Vem e Segue-me!' (v. 21).
Ele, porém, ao invés de acolher com alegria o convite de Jesus, vai embora entristecido (cfr v. 22), porque não consegue desapegar-se de suas riquezas, que jamais poderão dar-lhe a felicidade e a vida eterna."
Jesus ensina que é muito difícil, para um rico, entrar no Reino de Deus, mas não impossível:
"De fato, Jesus pode conquistar o coração de uma pessoa que possui muitos bens e impeli-la à solidariedade e à partilha com quem é necessitado, com os pobres, ou seja, a entrar na lógica da doação."
"A história da Igreja está repleta de exemplos de pessoas ricas que usaram seus bens de modo evangélico, alcançando inclusive a santidade", como São Francisco, Santa Isabel da Hungria ou São Carlos Borromeu.
Em seguida, citou São Clemente de Alexandria:
"A parábola ensina aos ricos que não devem negligenciar a sua salvação como se já estivessem condenados, nem devem lançar ao mar a riqueza, nem condená-la como insidiosa e hostil à vida, mas devem aprender de que modo usar a riqueza e assim buscar a vida."
Ao término da oração mariana, o Santo Padre recordou que neste sábado, em Praga, na República Tcheca, foram proclamados Beatos Federico Bachstein e 13 co-irmãos da Ordem dos Frades Menores assassinados em 1611 por causa de sua fé:
"São os primeiros Beatos do Ano da Fé, e são mártires: recordam-nos que crer em Cristo significa estar dispostos também a sofrer com Ele e por Ele."
Por fim, dentre as saudações em várias línguas aos diversos grupos de fiéis presentes na Praça São Pedro, saudou os peregrinos provenientes da Polônia, onde neste domingo se celebra "o Dia do Papa", com o lema: "João Paulo II – Papa da Família".
O Santo Padre concedeu, a todos, a sua Bênção apostólica.