Cardeal italiano Angelo Bagnasco diz que é preciso reagir à tentação do desânimo
Forte, corajoso e confiante o pronunciamento do cardeal Bagnasco feito em Roma nos trabalhos do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) .
O presidente da CEI repetiu as palavras com que o papa, na visita de 13 de maio à cidade de Arezzo, tinha exortado a Itália a “reagir à tentação do desânimo”.
O cardeal acrescentou: "Nós queremos ser os arautos do Evangelho, e, portanto, da esperança. Talvez, às vezes, até incômodos, mas apaixonados pelo destino comum e, portanto, vigilantes insones de uma alvorada já possível".
"O nosso povo resiste. É claro que ele se questiona e sofre, mas não desiste e quer reagir". "Não nos surpreende ver os bancos das igrejas, ontem, com pessoas indiferentes e distraídas, e, hoje, pensativas e concentradas".
“São sinais que certificam um povo não residual fiel ao terço e à missa diária”, que mostra que “a cidadania está mais à frente do que se pensa”.
Bagnasco acredita que "os golpes da vida nos levam a ser menos superficiais, mais reflexivos, para redescobrirmos os verdadeiros valores", e que, "sem o espiritual na pessoa e na sociedade, há uma pobreza estrutural intransponível, uma perda para todos, inclusive para aqueles que não cultivam nem estimam essa dimensão [espiritual]".
O presidente da CEI indicou um exemplo: o papa Bento XVI, cujo programa é “só o Evangelho”.
"Vamos abraçá-lo como timoneiro austero e rocha sólida, líder que conduz com luminosidade o barco de Pedro entre rochas ontem desconhecidas".
"Ao mal, basta dizer que não", afirma o arcebispo de Gênova. "Nós, bispos, queremos mais uma vez agradecer a Pedro pela força da sua fé. Obrigado por nunca deixar de nos exortar a não parar horizonte puramente humano, e a nos abrirmos ao horizonte de Deus, ao horizonte da fé".
"Não podemos ficar calados: a Igreja foi, talvez, a única a lutar de verdade pelos direitos das crianças, dos idosos e dos doentes, da família, enquanto a cultura dominante isola e esteriliza o que resta de humano em nossa civilização".
“Na Igreja”, concluiu o presidente da CEI, “acontece um fenômeno extraordinário: homens limitados e pobres se redimem e fazem trabalhos imensos. Esta é a razão fundamental para a impossível irrelevância da Igreja e do cristianismo que ela nutre".