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CHICO XAVIER, O GRANDE ILUSIONISTA

Paramentos Litúrgicos

O que descrevo a seguir deveria ser de conhecimento de todos. Francisco Cândido Xavier, o arrivista que todos pensam, na sua boa-fé, ter sido "espírito puro", supostamente de "máxima evolução", nunca foi mais do que um grande ilusionista, um manipulador de mentes e corações. Ele, portanto, foi um grande espertalhão, uma pessoa que se ascendeu na vida de forma leviana e se deu muito bem.

Antes que as pessoas chorem apavoradas, como crianças informadas de que Papai Noel nunca existiu, é bom verificar as coisas e perder o medo de abrir mão de certas ilusões, de fantasias lindas e agradáveis que todavia são desprovidas de qualquer proveito na vida.

Isso é tão certo que as pessoas que defendem Chico Xavier são as mais obsediadas e apegadas que existem. Se julgam seguras das mais elevadas energias espirituais, mas, quando são contrariadas, reagem, não muitas vezes, como verdadeiros psicopatas, espumando de raiva e de ódio ao menor questionamento, mesmo quando disfarçam, sob o açúcar das palavras, o veneno ácido de seus corações.

Chico Xavier foi um grande ilusionista, foi um sujeito esperto que se ascendeu como ídolo religioso. É a glória para um caipira que recebeu o apoio de uma entidade religiosa – a Federação "Espírita" Brasileira, instituição nascida sob os postulados de Jean-Baptiste Roustaning – , um "empresário" que lhe ajudou na consagração de popstar religioso – Antônio Wantuil de Freitas – e redes de televisão que difundiram sua figura informal mas convictamente cristã, mesmo difundindo que Cristo não é Deus. (TV Tupi e Rede Globo).

É bom lembrar que muitas das práticas e ritos que fizeram de Chico Xavier um ídolo religioso exaltado por muitos veio em razão de muitos truques discursivos. Enumeremos os principais deles, que fizeram com que um anônimo funcionário público, veio a ser ídolo religioso através de fraudes literárias forjando mediunidade e um pouco de técnicas de persuasão para forçar a aceitação unânime de seu mito. Vamos lá:

1) ILUSIONISMO CIRCENSE
– Como todo interiorano, Chico Xavier adorava circos. E, por isso, usava de técnicas de ilusionismo circense para forjar práticas mediúnicas diversas, além de técnicas de convencimento que forçassem o apoio incondicional das pessoas a seu mito. Um exemplo disso eram as fraudes de materialização realizadas nos anos 1950 e 1960, que Chico apoiou e, em parte, deu sua própria contribuição, sobretudo com as falsas psicofonias. O caso Otília Diogo (1963-1964) revela que Chico apoiou e até deu dicas para a farsa da suposta Irmã Josefa, no qual são reproduzidas técnicas circenses como escapar de obstáculos supostamente difíceis, como atravessar grades.

2) HIPNOSE
– Numa reportagem de O Globo, em 1935, Chico Xavier aparece com um olhar assustador olhando de frente. É uma das poucas fotos com ele de olhos arregalados olhando em nossa direção, e que desmentem a "iluminada energia" tão associada a ele. Daí que muitas vezes ele usava óculos escuros. Consta-se que ele, no começo da carreira, teria sido um artífice do hipnotismo, se bem que ele preferiu usar outros meios de manipulação da mente humana.

3) LEITURA FRIA – Recurso circense que virou regra nos "centros espíritas" a partir do exemplo de Chico Xavier e sua equipe de colaboradores. Consiste numa jogada psicológica, em que o entrevistador simula um tom intimista e "bate um papo" com seu entrevistado, criando um clima para que este pudesse se sentir à vontade e dizer tudo que sabe e extravazar emoções. No primeiro caso, a pessoa traz informações sutis e complexas sobre um ente querido que morreu, no segundo caso mostra reações emocionais que indicam informações ocultas através da forma com que demonstra sentimento sobre certas ideias e ocasiões. É essa estratégia que fornece boa parte do material que é usado em supostas psicografias, além de outras fontes de pesquisa para a produção das mesmas.

4) AD PASSIONES – A estratégia do argumentum ad passiones, ou simplesmente Ad Passiones, expressão latina que quer dizer "apelo à emoção", foi usada constantemente por Chico Xavier. Esse recurso da falácia (do latim fallere, "enganar", sendo "um raciocínio errado com aparência de verdadeiro") consiste em convencer as pessoas pela emoção, forçando a aceitação de ideias ou práticas duvidosas por causa das supostas fraquezas de seu autor.

Chico Xavier usou vários tipos de Ad Passiones, sendo o mais comum o argumentum ad misericordiam, ou "apelo à piedade". Foi através dessa falácia que ele se utilizou para se beneficiar dos escândalos causados pelas falsas psicografias. No caso do processo contra Humberto de Campos, esse recurso falacioso foi muitíssimo utilizado, sobretudo para neutralizar o desfecho jurídico, que deu em empate. O "apelo à piedade" também foi usado para seduzir a mãe de Humberto, Ana de Campos Veras, e o homônimo filho do autor maranhense, que se tornou produtor de TV.

Nos últimos anos, são os seguidores de Chico Xavier que, para tentar neutralizar os questionamentos à sua figura, é que recorrem ao "apelo à piedade": "Chico Xavier errou, sim, mas pelo menos foi bondoso", "Chico Xavier pode ter feito pastiches, mas pelo menos ajudou muita gente", "Chico Xavier pode ter deturpado a Doutrina Espírita, mas sempre trabalhou pela caridade".

5) ARGUMENTUM AD CONSEQUENTIAM Mas no "pensamento" trazido pelas obras de Chico Xavier, usando seu nome ou pegando carona em nomes alheios (como os supostos "Humberto de Campos", "Auta de Souza" e "Olavo Bilac" que "pensam" igualzinho Chico Xavier), o suposto médium apela para o argumentum ad consequentiam, o "apelo à consequência", quando descreve ideias sobre o sofrimento humano com base na Teologia do Sofrimento. Afinal, queiram ou não queiram, Chico Xavier defendeu a Teologia do Sofrimento, está em suas próprias palavras (ou naquelas que levam supostamente os nomes dos mortos que "psicografou").

Através da Teologia do Sofrimento, que faz apologia às desgraças humanas como meio de "purificação espiritual", Chico sempre fazia "apelo à consequência", chegando a comparar as angústias humanas à tranquilidade da natureza, sempre defendendo que a pessoa aguente desgraças das mais terríveis, sem fazer qualquer tipo de reclamação, porque o sofredor poderá ser premiado pelas "bênçãos futuras". Essa falácia revela um sadismo sutil da religião, principalmente quando argumenta que "na pior das desgraças, o sofredor recebe as bênçãos merecidas de Deus".

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