Condenado por pedofilia, cardeal George Pell é preso
O cardeal australiano George Pell, condenado por abusos sexuais contra menores na década de 1990, foi preso na Austrália, onde aguardará sua pena detido. A sentença contra o religioso, que estava em liberdade condicional, será anunciada no próximo dia 13 de março pelo Tribunal de Melbourne.
No entanto, durante audiência hoje, a Justiça confirmou que os cinco crimes de que o cardeal foi considerado culpado implicam uma sentença máxima de 10 anos cada. Pell foi considerado culpado por abuso sexual e atentado ao pudor contra duas crianças: um coroinha de 13 anos e um jovem da mesma idade do colégio St. Kevins, em 1996. O número “3” do Vaticano deixou a sala do tribunal em silêncio acompanhado pelas autoridades. O juiz Peter Kidd disse que sua atitude foi “insensível e de uma ofensa descarada”. A defesa ainda apresentou uma apelação na tentativa de garantir sua liberdade mediante ao pagamento de fiança, mas o cardeal desistiu do recurso. Além disso, o advogado Robert Richter revelou pelo menos 10 referências de personalidades importantes do país falando a favor de Pell, mas não foi suficiente. O religioso, de 77 anos, é um dos homens mais poderosos dentro do Vaticano e o mais importante na Igreja Católica da Austrália.
Ele era o principal conselheiro financeiro do papa Francisco e secretário de Economia do Vaticano. Família de uma das vítimas O pai de uma das vítimas entrou com um processo tanto contra Pell quanto contra a Igreja Católica para pedir indenização pelos danos causados ao seu filho, que morreu em 2014 por overdose de heroína. O homem, que não foi identificado, afirmou que seu filho sofria de estresse pós-traumático devido ao abuso. Morto aos 31 anos, a vítima nunca havia falado com os pais sobre o caso de pedofilia, mas seu pai acredita que foi justamente por isso que ele se viciou em drogas.