Duas freiras lésbicas abandonam o hábito e se casam na Itália
Duas freiras italianas que revogaram seus votos se casaram na cidade de Pinerolo, no norte da Itália, nesta semana. Federica e Isabel abriram mão do hábito depois que se apaixonaram durante um trabalho voluntário em uma clínica de reabilitação para viciados em drogas, reportou o jornal britânico The Guardian.
Após a decisão, elas passaram a criticar a posição da Igreja Católica contrária à homossexualidade. “Deus quer que as pessoas sejam felizes, que vivam o amor à luz do sol”, disse Isabel ao jornal italiano La Stampa. Elas contaram à publicação que não teriam abandonado a Igreja, pois não perderam a fé.
A união civil de Federica e Isabel ocorreu em uma cerimônia fechada na prefeitura de Pinerolo, antes do programado para despistar a imprensa. “Garantimos o direito à privacidade do casal, que pediu discrição”, disse o prefeito Luca Salvai ao La Stampa.
O casal ainda participará de uma cerimônia religiosa ministrada por um amigo ex-padre, suspenso por apoiar o casamento gay. “Garanto que nem todos na Igreja foram contra esse casamento. Elas foram criticadas, mas muitas freiras entenderam a situação, assim como há muitos padres que não condenam esse tipo de escolha”, disse o ex-padre Franco Barbero. “Aliás, esta não é a primeira vez que eu caso duas freiras”, acrescentou.
O casamento das freiras ocorre um ano após o monsenhor Krzystof Charamsa ser demitido de seu posto em um serviço da Santa Sé logo após ele ter dito a um jornal que é gay e exortado a Igreja Católica a alterar a sua posição sobre a homossexualidade.
O então padre de 43 anos, que contou ter um parceiro, foi removido de sua posição na Congregação para a Doutrina da Fé, braço doutrinal do Vaticano em que trabalhava desde 2003. Após a demissão, o Vaticano afirmou que a demissão de Charamsa não teve relação com seus comentários sobre sua situação pessoal, que afirmou “merecer respeito”.