Em 2016, diminuem casos financeiros suspeitos no Vaticano, de acordo com relatório da Santa Sé
Os relatos de atividades financeiras suspeitas no Vaticano diminuíram drasticamente em 2016 em relação a 2015, informou o relatório anual da Autoridade de Informação Financeira (AIF) da Santa Sé. Em números totais, foram 207 casos contra 544 no ano anterior.
Sempre em 2016, 22 desses relatos foram enviados para uma maior investigação para os representantes judiciais vaticanos. A AIF é a autoridade competente perante aos correspondentes estrangeiros nas questões que envolvem a luta contra a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e a vigilância financeira de prevenção.
Entre as principais realizações feitas pela entidade durante o ano passado, estão a maior vigilância contra atividades financeiras ilícitas e a consolidação do sistema de monitoramento de atos suspeitos em relação ao marco regulador.
“A cooperação internacional é a condição preliminar para enfrentar os crimes financeiros e o Vaticano está plenamente comprometido nessa questão”, disse o presidente da AIF, René Bruelhart.
Ainda de acordo com o responsável pelo órgão, “em 2016, a AIF registrou um incremento significativo de cooperação bilateral com as autoridades competentes de outras jurisdições e continuará sendo um sócio ativo para combater as atividades financeiras ilícitas em nível global”.
Apesar dos números apresentarem um queda significativa, eles ainda estão superiores aqueles registrados em 2012, 2013 e 2014 quando, respectivamente, seis, 202 e 147 atividades suspeitas foram registradas.
A alta nesses dados pode ser justificada por conta das amplas reformas no setor financeiro do Vaticano feitas pelo papa Francisco. Desde que assumiu seu Pontificado, em 2013, ele reformou a diretoria das entidades, implantou novas regras e criou comissões para monitorar as operações de todos os órgãos financeiros.