Em exaltação apostólica, Papa Francisco cita filmes e intelectuais
Na manhã desta sexta-feira, dia 8, o Vaticano divulgou a exortação apostólica do papa Francisco, resultado dos debates levantados durante o Sínodo Ordinário da Família, que aconteceu em outubro do ano passado.
Com cerca de 200 páginas, o "Amoris Laetitia" ("Alegria do Amor") é um documento que oferece as linhas da doutrina católica que deve ser seguida por todas as dioceses do planeta.
Falando de respeito a homossexuais, que os divorciados devem ser acolhidos, mas mantendo uma posição contrária ao aborto e à eutanásia, o Pontífice também aproveitou para citar filmes, poesias e até grandes pensadores na exortação.
Para explicar o sentido da gratidão, por exemplo, Jorge Mario Bergoglio escreveu sobre um dos seus longa-metragens favoritos, "A Festa de Babette", que conta a história de uma francesa que fugiu da Dinamarca, encontrou abrigo na casa das filhas de um rígido pastor e que, ao receber uma herança, decide usá-la para preparar um grande banquete para a família que a acolheu.
Além disso, Francisco também colocou alguns versos do poema "Te Quiero" do uruguaio Mario Benedetti no documento e ainda citou nomes conhecidos como o de Martin Luther King, Octavio Paz, Erich Fromm e Jorge Luis Borges.
O Papa também falou sobre algumas outras questões sobre a família, como a de que de é preciso parar de ver "o sogro e a sogra" "como pessoas perigosas", "invasores" e também "limitar as críticas" sobre eles.
Ainda sobre o comportamento em família, o Pontífice deu um conselho aos casais de que é "sempre uma coisa boa dar um beijo [na pessoa amada] de manhã, esperar o outro e recebê-lo quando ele chega, sair juntos algumas vezes e dividir as tarefas domésticas". Segundo o religioso, "ficar responsável por alguns afazeres domésticos não faz de um marido "menos másculo" e isso não deve ser "uma vergonha".
Ainda comentando sobre o amor dentro do casamento, Bergoglio explicou que "no matrimônio, o aspecto físico muda, mas isso não é um motivo para que a atração diminua".
Por fim, na exaltação, Francisco afirmou que, para se fazer a paz, não é necessário "se colocar de joelhos", mas sim fazer um "pequeno gesto".
"Basta uma caridade, sem a necessidade de palavras", comentou o Papa, que também deu o conselho de "nunca terminar o dia com a família sem ter feito a paz".