Em missa de Natal, Papa Francisco lamenta “crianças metralhadas”
O Papa Francisco inaugurou o Jubileu católico de 2025 e aproveitou a ocasião para fazer um apelo contra “crianças metralhadas” em guerras, além de condenar as “dívidas injustas” impostas a países mais pobres.
De cadeira de rodas e aparelho acústico na orelha direita, o pontífice de 88 anos apareceu bem disposto após um resfriado e presidiu a missa do Natal do Senhor, que em 2024 coincidiu com a abertura do Jubileu, evento realizado pela Igreja Católica a cada 25 anos e que representa um período de indulgência e perdão para os fiéis.
“Ancorados em Cristo, rocha de nossa salvação, cruzamos o limiar deste templo sagrado e entramos na era da misericórdia e do perdão, para que seja aberto o caminho da esperança para cada homem e mulher”, disse Jorge Bergoglio antes de atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
“Esta é a noite em que a porta da esperança se abre sobre o mundo. Esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para você. Deus perdoa a todos e perdoa sempre, não se esqueçam disso”, afirmou o Papa em sua homilia.
Durante a leitura, Francisco também apontou as “muitas desolações de nosso tempo, como as guerras, as crianças metralhadas, as bombas contra escolas e hospitais”, porém não mencionou nenhum país.
Recentemente na celebração do Angelus, Bergoglio também se referiu a “crianças metralhadas e bombardeios de escolas e hospitais”, porém citou a Faixa de Gaza de maneira explícita, provocando críticas do governo de Israel, que o acusou de estar “desconectado da realidade e da luta contra o terrorismo”.
Em sua homilia na missa da véspera de Natal, o Papa declarou que o Jubileu convida os fiéis a “se empenhar pela transformação do mundo para que este tempo seja realmente jubilar”, inclusive para “nossa mãe Terra, deturpada pela lógica do lucro, para os países mais pobres, sobrecarregados por dívidas injustas”, e para “todos aqueles que são prisioneiros de velhas e novas escravidões”.
“A esperança não tolera a indolência do sedentário e a preguiça de quem está acomodado nos próprios confortos; não admite a falsa prudência de quem não se move por medo de se comprometer e o cálculo de quem pensa apenas em si mesmo; é incompatível com o viver quieto de quem não levanta a voz contra o mal e as injustiças consumados sobre a pele dos mais pobres”, salientou.