Em recado à Cúria, Papa Francisco diz que reforma avança com força
O papa Francisco disse nesta segunda-feira, dia 21, em mensagem aos funcionários centrais da Igreja Católica, que a reforma da Cúria "vai avançar com determinação, lucidez e resolução" e que algumas de suas "enfermidades" já foram enfrentadas neste ano que está para se encerrar.
Em discurso proferido há cerca de um ano, Francisco elencou 15 doenças que atingem a Igreja Católica e a cúria romana. Entre elas, o "sentimento de imortalidade", o "coração de pedra", o "Alzheimer espiritual", a "esquizofrenia existencial" e o "terrorismo das fofocas". Hoje, ele falou de "antibióticos" para as enfermidades.
Eleito em março de 2013, após a renúncia histórica de Bento XVI, Francisco criou várias comissões para promover reformas na cúria, algumas delas contra a corrupção e má gestão de instituições financeiras.
Mesmo assim, o Vaticano foi atingido recentemente por mais um escândalo, desta vez batizado como "Vatileaks 2", quando vazaram novos documentos oficiais da Santa Sé, que serão publicados em dois livros que denunciam desperdício e má administração de dinheiro entre o clero.
Esta não é a primeira vez que o Vaticano é assolado por um escândalo de vazamento de documentos. Em 2012, cartas sigilosas sobre divergências entre Bento XVI e seu então secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, levaram à prisão do mordomo Paolo Gabriele e contribuíram para o Papa renunciar. O caso ficou conhecido como "Vatileaks".
Segundo autoridades católicas, no entanto, as acusações não fazem mais sentido diante das reformas fomentadas pelo Papa na Cúria.
"Seria uma grande injustiça não expressar uma merecida gratidão e encorajamento a todas as pessoais saudáveis e honestas, que trabalham com devoção, fidelidade e profissionalismo, oferecendo à Igreja e ao sucessor de Pedro o conforto de sua solidariedade e obediência, assim como suas generosas preces", declarou Francisco hoje.
"Doenças e até mesmo escândalos não podem esconder a eficiência dos serviços que a cúria oferece", concluiu.
O Pontífice lembrou que a resistência, a fadiga e as caídas de pessoas e sacerdotes em tentação são oportunidades para aprender e se aproximar de Deus, sem se desanimar.
Francisco celebrará no próximo dia 24 a tradicional missa de Natal no Vaticano. Em 25 de dezembro, ele fará o discurso "Urbi et Orbi" ("À cidade de Roma e ao mundo", na tradução do latim).